A ministra da Saúde prometeu esta terça-feira que tudo fará para “apurar responsabilidades” sobre as mortes possivelmente relacionadas com falhas no socorro do INEM. Ao mesmo tempo, assumiu “total responsabilidade pelo que correu menos bem”, mas recusou demitir-se perante a sua própria contradição.
“Tudo faremos para apurar responsabilidade, para determinar se houve ou não houve uma relação entre estes acontecimentos fatais e a falta ou atraso de meios de socorro e emergência”, afirmou a ministra da Saúde na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, no parlamento. Mas esse apuramento não passará, segundo a própria, pela sua demissão.
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Já são pelo menos 10 mortes que poderão estar relacionadas com falhas na resposta do INEM, uma vez que em alguns casos, as chamadas para o 112 duraram 50 minutos sem resposta, como avança o Expresso. Vários inquéritos foram abertos, enquanto alguns partidos da oposição, incluindo o Bloco de Esquerda, exigiram a demissão da ministra Ana Paula Martins, por ser responsável pela situação ao não garantir resposta à greve parcial dos técnicos de emergência pré-hospitalar.
Luís Montenegro também defendeu a sua ministra, segundo o Diário de Notícias. O primeiro-ministro recusou demitir Ana Paula Martins defletindo a sua responsabilidade e afirmando que a consequência política passa por resolver os problemas do instituto.
É reconhecido pelo governo que o Instituto Nacional de Emergência Médica tem falta de recursos, incluindo de técnicos de emergência pré-hospitalar. Para compensar, os técnicos existentes têm feito horas extraordinárias, mas o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), fez uma greve parcial às horas extraordinárias como forma de protesto.
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Apesar de ter chegado a acordo com o STEPH, a falta de profissionais dificilmente será resolvida pelo atual governo, uma vez que este pretende implementar novamente a “regra um por um”, o que significa que não podem ser contratados mais funcionários públicos do que os que já existem. O executivo só conseguirá portanto resolver a situação se for reduzindo a quantidade de funcionários públicos noutras áreas.