Mineiros da Panasqueira prolongam greve, empresa ameaça com lay-off

28 de março 2024 - 15:15

A empresa canadiana alega não ter condições para manter a mina a trabalhar se a luta dos trabalhadores continuar. Estes querem aumentos justos e condições de higiene e segurança no trabalho. Contestam o facto de haver dinheiro para investir 150 milhões de euros noutras minas mas não para melhorar a sua situação.

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Greve nas minas da Panasqueira. Foto da CGTP.
Greve nas minas da Panasqueira. Foto da CGTP.

Os trabalhadores das Minas da Panasqueira, na Covilhã, entregaram um pré-aviso de greve até 28 de abril. Em resposta, a Bertalt Tin and Wolfram, propriedade do grupo canadiano Almonty, ameaça recorrer ao lay-off.

À Lusa, António Corrêa de Sá, o administrador da empresa diz que “ou é desconvocada a greve até segunda-feira de manhã, ou retiramos toda a proposta e iniciamos o processo de ‘lay-off’”, alegando-se que “não há hipótese de manter a mina a trabalhar” e que esta passa a não poder “cumprir os compromissos” porque “sem vendas, não há dinheiro”.

Do caderno reivindicativo apresentado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira consta a proposta de um aumento salarial de 13%, um mínimo de 110 euros, melhores condições de higiene e segurança no trabalho, valorização das carreiras que estão estagnadas, pagamento de subsídio de risco para quem trabalha no fundo da mina e de subsídio de fogo para quem execute este tipo de tarefa.

Mário Matos, representante deste sindicato, admite que os trabalhadores estariam dispostos a recuar nas reivindicações salariais e “fechar acordo” com um aumento de 100 euros. A empresa afirma que só pode aumentar 6%.

O impasse tem feito arrastar-se uma greve que, diz o responsável sindical, tem tido “muito elevada adesão” e conseguiu parar a extração. Mas os trabalhadores dizem querer chegar a acordo com valores “que se aproximem” do que é reivindicado.

O sindicalista desmonta também os argumentos de falta de capacidade financeira para operar se a greve continuar, lembrando que o grupo tem vários investimentos previstos no valor de 150 milhões de euros em outras minas na Coreia do Sul e em Espanha.