Na reunião negocial com os sindicatos dos trabalhadores da Função Pública desta quarta-feira, o Governo manteve tudo na mesma, recusou aumentos salariais ou repor os 25 dias de férias que estiveram em vigor até 2014 e a única “novidade” foi a proposta de um aumento de 10 cêntimos em 2027, 2028 e 2029 do subsídio de refeição.
Esta informação foi dada à saída pela Frente Comum que sublinha que, desta forma, o executivo “continua a meter os trabalhadores da Administração Pública mais um ano a perder o poder de compra”.
Sebastião Santana, o seu coordenador, avaliou este aumento, que irá resultar num subsídio de 6,30 euros em 2029, como “perfeitamente miserável”.
O secretário-geral da Fesap, a estrutura similar pertencente à UGT, José Abraão, considerou sobre o mesmo valor que “nem sequer dá para comprar um pão hoje”. Apesar de considerar que “a proposta que nos fazem não nos serve”, ainda assim falou numa “boa notícia” por considerar que houve “abertura do Governo para alterar o subsídio de refeição, que não era alterado desde 2023”, ou seja desde o anterior executivo.
Enquanto esta federação reivindica para este ano um aumento do subsídio de refeição para 10 euros, a estrutura afeta à CGTP defende um aumento para 12 euros.
Dado o “ataque aos direitos dos trabalhadores de forma cerrada em todas as frentes”, a Frente Comum diz que “não está fora de questão” o recurso a uma greve geral, salientando que “no dia 24 tivemos uma greve como não tínhamos há uns anos na administração pública, dia 8 vamos estar uma parte importante dos nossos sindicatos com o setor privado, no âmbito da CGTP, na rua com milhares de trabalhadores, com certeza também numa grande manifestação. Se o Governo não olha para o descontentamento de quem produz, vai ter um problema sério”, vinca o dirigente daquela estrutura sindical.