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Milhares exigem em Madrid libertação de presos políticos catalães

“A autodeterminação não é delito. Democracia é decidir” foi o lema da manifestação que, segundo a organização, reuniu cerca de 120 mil pessoas. "Este julgamento é uma farsa", "liberdade para os presos políticos", “independência”, figuraram entre as palavras de ordem mais ouvidas.
Foto de J.J GUILLEN, EPA/Lusa.

A iniciativa, convocada por organizações como a Òmnium Cultural e a Assembleia Nacional Catalã (ANC), começou em Atocha e prosseguiu até a Praça de Cibeles, contando com a participação dos partidos soberanistas, como Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), Junts per Cataluña e Candidatura de Unidade Popular (CUP). Dezenas de políticos independentistas, entre eles, o presidente catalão, Quim Torra, e vários membros do Governo, bem como o presidente do Parlamento, Roger Torrent, deslocaram-se a Madrid.

"Este julgamento é uma farsa", "liberdade para os presos políticos", "1 de outubro: nem esquecimento nem perdão", "independência" e "unidade" foram algumas das palavras de ordem mais ouvidas. Nos cartazes exibidos durante a manifestação liam-se frases como "Não há justiça", "liberdade presos políticos" e "Não passarão". As imagens dos líderes independentistas que estão presos também estiveram presentes. Foi projetado um vídeo com imagens do julgamento e as declarações de Jordi Cuixart, Jordi Sànchez e Oriol Junqueras.

O presidente catalão, Quim Torra, deixou um apelo: "Espanha, ouve este grito de liberdade, estes gritos de independência".

"Não há viagens longos para a luta pela autodeterminação", acrescentou Torra, garantindo que não pararão até à libertação dos líderes independentistas presos e que se respeite o direito à autodeterminação.

Gabriel Rufián, deputado da ERC, assinalou que "aqui há milhares de bandeiras, milhares de sensibilidades políticas diferentes" e que a única coisa que importa “é a luta pela democracia e travar o fascismo".

Já o deputado da CUP Carles Risse defendeu a importância de "uma grande mobilização republicana contra o regime do 78 e a sua monarquia antidemocrática".

O presidente do Parlamento, Roger Torrent, afirmou que o julgamento "se baseia numa mentira", assegurando que no Supremo Tribunal se "julga o exercício livre dos direitos fundamentais", algo que é "muito perigoso".

"Hoje são os independentistas, mas, uma vez passada a linha vermelha”, podem ser todos e todas: “feministas, sindicalistas, ecologistas. A única solução ao conflito é votar, são as urnas, que a gente decida", vincou.

O vice-presidente da Òmnium, Marcel Mauri, agradeceu à Madrid “solidária, aberta, antifascista, que nos acolhe e acompanha".

"Estamos aqui para reivindicar que se respeitem direitos e liberdades que agora mesmo estão em risco no Estado", avançou, exigindo ao Governo de Pedro Sánchez "que retire todas as falsas acusações que pesam sobre Jordi Cuixart e o resto dos presos políticos” e que “tenha diálogo e negociação política".

A presidenta da ANC, Elisenda Paluzie, descreveu a mobilização como "uma demonstração do civismo e a capacidade de mobilização do povo da Catalunha", destacando que o julgamento é "uma vergonha democrática do Estado espanhol".

O autarca de Barcelona, Gerardo Pisarello, frisou que “muitas das pessoas que estão acusadas destes delitos são nossos adversários políticos, mas consideramos que a sua situação é inadmissível".

A Esquerda Unida (IU) também apoiou a mobilização. De outros pontos do país somaram-se à mobilização outras formações políticas partidárias do direito a decidir, como o Bloco Nacionalista Galego (BNG), Euskal Herria Bildu (Reunir País Basco, EH Bildu) ou Anova.

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