Saúde

Médicos convocam greve e manifestam-se contra Ministério da Saúde

04 de setembro 2024 - 12:03

Federação Nacional dos Médicos acusa ministra de "empurrar" os profissionais de saúde para a greve e de agravar "o caos instalado no Serviço Nacional de Saúde".

PARTILHAR
Manifestação da FNAM
Fotografia da Federação Nacional de Médicos via Facebook.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) convocou dois dias de greve nacional para 24 e 25 de setembro, com uma manifestação nacional de médicos no dia 24 às 15h, em frente ao ministério da Saúde. Em causa está o “caos instalado no Serviço Nacional de Saúde”, que foi “agravado” pela ministra Ana Paula Martins.

Em comunicado de imprensa, a FNAM acusa o atual ministério da Saúde de “empurrar” os médicos para a greve devido à falta de soluções para as atuais condições de trabalho. “Continumaos pressionados a fazer horas suplementares para além dos limites legais anuais, com equipas reduzidas e com irregularidades no respetivo pagamento”, denuncia a federação.

Ao mesmo tempo, os concursos de contratação de novos médicos para o Serviço Nacional de Saúde são vítimas de “atraso” e “atropelos”. Para a FNAM, as soluções que têm sido por si apontadas, nomeadamente sobre a valorização das carreiras e as condições de trabalho dignas, têm sido ignoradas pelo Ministério da Saúde que “prefere retroceder num caminho que tem condenado as grávidas a percorrer centenas de quilómetros” devido “ao encerramento sistemático de serviços de urgência, por falta de médicos”.

A Federação Nacional dos Médicos acusa também Ana Paula Martins de ter escalado o conflito na saúde com vários intervenientes do “ecossistema do SNS”, isto é, com o INEM, com as administrações hospitalares, com outros profissionais de saúde e com os utentes. O comunicado convida por isso todos os profissionais de saúde, os utentes e a população em geral a estar presente na manifestação para defender o Serviço Nacional de Saúde.

Quanto às soluções para as carreiras dos médicos e para o SNS, a FNAM volta a frisar a importância das medidas que tem defendido ao longo dos anos: a valorização das grelhas salariais, o regresso às 35 horas, a criação de um regime de dedicação exclusiva e a reintegração do internato na carreira médica. Mas também medidas estruturais para a saúde em Portugal, como o redimensionamento das listas de utentes dos médicos de família e a negociação dos índices de desempenho das equipas e de complexidade do utente.

“Queremos assinalar a data da comemoração dos 45 anos do SNS com a luta que o tem defendido, e por isso continuamos a exigir uma Ministra que sirva o SNS, e que se abra caminho às soluções para atrais médicos para o SNS, devolvendo ao país um SNS na plenitude das suas capacidades: público, universal, gratuito e de excelência”, conclui a FNAM.

A federação procedeu ainda à renovação da greve médica ao trabalho suplementar nos cuidados de saúde primários até ao fim do ano.