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Marisa quer Costa a explicar “aliança bizarra” com Macron

Marisa Matias acusa Macron de representar o contrário da política que foi implementada em Portugal nos últimos anos e diz que “portugueses têm o direito de saber se os deputados eleitos vão defender o país e as suas gentes ou se vão estar ao lado da direita liberal”.
Comício em Braga, Europeias 2019. Foto de Paula Nunes.

Num comício em Braga, Marisa Matias disse estar preocupara com a “dedicação de António Costa em construir uma aliança bizarra com Macron”, e sublinhou as diferenças entre a esquerda que em Portugal mostrou que é possível “aumentar salários e pensões”, combatendo a austeridade, e a direita liberal que representa todo o seu contrário e que defendeu e continua a defender sanções para Portugal.

Portugueses têm o direito de saber o que tenciona fazer António Costa ao lado de Macron e da direita liberal

“Os portugueses e as portuguesas têm o direito de saber se os deputados eleitos vão defender salários mais justos ou a precariedade de Macron. Se vão defender a justiça fiscal e o combate aos offshores ou a redução dos impostos às multinacionais como é defendido pela direita liberal e pelos Joes Berardos e os Ricardos Salgados. Se vão defender o combate à pobreza ou estar ao lado das políticas que agravam as desigualdades”, enunciou.

Essa direita, segundo Marisa, foi a mesma que desde 2008 “decidiu que era para dedicar 36,7% do PIB europeu, ou seja, mais de um terço da nossa riqueza, para resgatar a banca e para limpar ativos tóxicos” e que “ perseguiu países por décimas de défice”, “atacou direitos laborais” e “espezinhou direitos humanos. “Os portugueses e as portuguesas têm o direito de saber exatamente o que tenciona fazer António Costa ao lado de Macron e da direita liberal”, exigiu.

Quanto ao Bloco de Esquerda, reiterou que o seu lado é ao lado das pessoas e de “quem faz o Estado Social todos os dias”. Deixou ainda uma palavra especial aos cuidadores e às cuidadoras informais pois são quem faz “da nossa sociedade uma sociedade mais justa”.

Catarina Martins: " Ninguém tem saudades de PSD e de CDS"

"Não sei se se lembram de um dia frio, chuvoso, em 2015, em que as trabalhadoras que iam ser despedidas pela Segurança Social, que Mota Soares queria pôr na rua, fizeram um cordão humano à volta da Segurança Social de Braga e não há dia nenhum em que eu não veja o CDS a pedir votos para eleger Pedro Mota Soares para o Parlamento Europeu que eu não me lembre dessas trabalhadoras. Como foi dura a luta em Braga e como os derrotámos".

 
 

Foi com estas palavras que Catarina Martins começou a sua intervenção em Braga e destacou o caso de Carlos Peixoto, que depois de 47 anos de carreira contributiva e é hoje um dos lesados de Mota Soares e da política do anterior governo de PSD e CDS, ao ver "um corte de 44%" na pensão, que nos envergonha a todos".

A coordenadora do Bloco comentou igualmente a entrada de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas nesta campanha, ao afirmar que estes “lembram bem o país porque é que fizemos um acordo em 2015 e como foi importante tirar a direita do poder. Ninguém tem saudades de PSD e de CDS".

Questionou, ainda assim, a "desfaçatez da direita" para "aparecer agora nesta campanha eleitoral como se nada fosse, como se não tivesse feito nada, a pedir aos mesmo que empobreceu, que atacou, que insultou, que lhes confiem o seu voto".

"Há algo de profundamente revoltante na forma como vemos hoje os mesmos que empobreceram o país, a querer que as pessoas que atacaram votem neles e confiem neles", confidenciou.

O comício decorreu na Avenida Central em Braga e contou ainda com intervenções do deputado Pedro Soares e dos candidatos às europeias, Ana Rute Marcelino e Miguel Martins.

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