O número de pessoas sem médico de família aumentou. Em fevereiro deste ano, havia mais 35.950 pessoas sem médico de família do que em fevereiro de 2024. São cerca de um milhão e meio de utentes sem acesso a médico de família em todo o país.
Dados do Portal do SNS confirmam que a tendência decrescente do número de utentes sem médico de família, que se registava desde setembro, se inverteu em janeiro e piorou em fevereiro. A dificuldade de reter médicos é, segundo o Jornal de Notícias, uma das principais causas deste aumento.
Por outro lado, a aposentação e saída de profissionais têm um papel relevante no agravamento do número de pessoas que não tem médico de família, que atingiu agora os 1.565.255 utentes. O aumento do número de inscritos nos centros de saúde também contribui para esta discrepância, no sentido em que não há políticas para a contratação de mais médicos que acompanhem os novos utentes.
Em vez disso, o Governo escolheu retomar as parcerias publico-privadas (PPP) em cinco hospitais e nos 174 centros de saúde dessas futuras PPP. O Executivo de Luís Montenegro procurou também implementar uma nova modalidade de centros de saúde com a criação das Unidades de Saúde Familiares – Tipo C (USF-C). Ou seja, centros de saúde geridos por privados ou por entidades do setor social.
Ao Jornal de Notícias, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar criticou esta transição para as PPP e as USF-C, dizendo que “andamos constantemente a mudar tudo e o impacto é nulo ou até negativo”.
“Em menos de 15 meses, mudámos tudo e mudámos vários conselhos de administração. Não há tempo para estabilizar e perceber se funciona. Quando nos estamos a adaptar, muda tudo”, diz Nuno Jacinto.
