A proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda de que o nome de Georgina Ribas fosse atribuído a uma rua da cidade de Lisboa foi “finalmente” aprovada pelo executivo camaráriio, informa o gabinete da vereadora Beatriz Gomes Dias.
O partido salienta que vai continuar com a sua “determinação para corrigir a desigualdade de género, raça e classe na toponímia da cidade” e traça um perfil da “notável pianista, professora de música, antirracista e feminista, com um papel de destaque na vida associativa da cidade de Lisboa e no Movimento Negro de 1911-1933, a geração pan-africanista e antirracista que marca os primórdios do movimento negro organizado em Portugal, colocando o combate antirracista no centro da sua intervenção política através da criação de partidos, associações e jornais que desafiavam a ideologia racista e confrontavam a discriminação racial, exigindo políticas de igualdade de direitos para as pessoas negras”.
Georgina de Carvalho Ribas nasceu em Ambriz, Angola, a 22 de abril de 1882. Era filha de um comerciante de Lisboa e de uma angolana e veio viver para Lisboa aos três anos de idade. Pianista, graduou-se pelo Conservatório da cidade e tornou-se professora de música.
Bastante ativa em termos comunitários, participa da direção da Liga das Mulheres Africanas, a partir de 1929 e integra o Partido Nacional Africano, um grupo que no início dos anos 1930 tinha milhares de militantes em Lisboa. Outro dos grupos onde participa é o Grémio Ké-Aflikana, igualmente chamado Grémio Africano do qual foi vice-presidente. Faleceu a 4 de maio de 1951, aos 69 anos de idade, vítima de cancro.