Lisboa é capital mundial com maior aumento de rendas

23 de agosto 2023 - 13:59

Com uma subida de 13,9% no primeiro semestre deste ano e um aumento de 32,7% em junho face ao mesmo mês de 2022, entre as 30 cidades analisadas, Lisboa é a capital mundial onde se registou a maior subida de rendas. A nível europeu, depois de Lisboa surge Berlim e Amesterdão.

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Fonte: Savilis. Crédito: Finantial Times.

De acordo com o estudo da consultora Savills internacional “Índice Mundial do mercado Residencial Prime”, citado pelo ECO, entre as 30 cidades analisadas, Lisboa é a capital mundial onde se registou a maior subida de rendas, quer no que respeita ao primeiro semestre do ano, quer em termos homólogos.

No primeiro semestre do ano, o aumento das rendas em Lisboa ultrapassa os valores registados em cidades como Singapura (13,6%) ou Berlim (9,2%), e representa mais do dobro da subida registada em cidades como Dubai ou Kuala Lumpur.

O estudo da Savills internacional aponta que os mercados de arrendamento de Lisboa e Singapura “assistiram a níveis significativos de crescimento de preços ao longo dos últimos 18 meses, com os rendas a subir acima de 40%” à medida que “houve uma maior procura de inquilinos internacionais que impulsionaram o mercado de residências premium”.

Já segundo o Financial Times, existe outro motivo para o aumento exponencial das rendas na capital portuguesa: “políticas iminentes de controlo das rendas, que levaram alguns proprietários a aumentar preventivamente as rendas”.

Tal como o Bloco de Esquerda alertou desde o início, o anúncio da limitação do aumento das rendas para novos contratos gerou uma “corrida ao aumento das rendas”. Para reverter esta “corrida irresponsável”, Mariana Mortágua propôs que as medidas tivessem efeitos a partir do momento da sua apresentação, e não apenas quando entrar em vigor o diploma Mais Habitação. Mas os alertas do Bloco foram ignorados.

Entre as dez cidades europeias analisadas no estudo, depois de Lisboa e Berlim surge Amesterdão, que ocupa o oitavo lugar no ranking mundial, registando um aumento das rendas de 3,3% no primeiro semestre deste ano, Segue-se Barcelona (3%) e Milão e Madrid (2,9%). Em Londres e Roma a subida semestral foi de 1,9% e em Atenas de 1,8%. Paris contou com um aumento das rendas de 0,2%.

Esta terça-feira, os movimentos pelo direito à Habitação Chão das Lutas e Casa é Um Direito lançaram a petição pública "Baixar as rendas, subir os salários (link is external)", na qual reivindicam controlo de rendas, prazos mínimos dos contratos de arrendamento de cinco anos e o limite de uma renda antecipada para efeitos de caução, bem como o aumento dos salários.

A 30 de setembro realizar-se-á uma nova manifestação pelo direito à habitação, convocada pelo movimento Casa para Viver. A iniciativa terá lugar em Lisboa, com início na Alameda.