Missão humanitária

Israel lança o assalto aos barcos da flotilha e detém Mariana Mortágua

01 de outubro 2025 - 19:42

Militares israelitas começaram a entrar a bordo dos barcos da flotilha humanitária a dezenas de milhas náuticas da Faixa de Gaza. A coordenadora do Bloco estava num dos primeiros barcos intercetados.

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Imagem da câmara de vigilância do Alma, o primeiro a ser intercetado peos militares israelitas
Imagem da câmara de vigilância do Alma, o primeiro a ser intercetado peos militares israelitas

A Global Sumud Flotilla está a ser intercetada pelos navios de guerra de Israel a algumas dezenas de milhas náuticas da Faixa de Gaza. Ao início da noite de quarta-feira, a marinha israelita está a rodear as embarcações, cortar-lhes as comunicações e a assumir o controlo dos barcos. Uma vez mais, Israel intercetou navios em águas internacionais com ajuda humanitária organizada pela sociedade civil de vários países.

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Por volta das 19h30, hora portuguesa, Mariana Mortágua confirmou que o Alma, uma das principais embarcações, já tinha sido invadido pelos militares. A coordenadora do Bloco de Esquerda esteve em direto no Instagram ao início da noite a bordo do barco Adara, quando todos os ativistas estavam já em posição de protocolo de segurança, com coletes salva-vidas e sem nenhum objeto nas mãos que possa ser confundido como uma ameaça. Depois de o radar ter mostrado a presença de vários navios não-identificados, a presença destes foi detetada junto a flotilha, com várias embarcações a perderem as comunicações durante algum tempo.

“Se neste momento temos navios à nossa volta e não bombas, é porque entretanto houve uma pressão social e política que faz com que Israel não possa bombardear-nos sem consequências políticas, como fazem com os palestinianos”, afirmou a coordenadora do Bloco, apelando a que essa pressão se mantenha após a detenção dos ativistas a bordo da flotilha. Cerca das 19h50, Mariana Mortágua voltou a transmitir por alguns minutos a abordagem do navio israelita ao seu barco, quando os ocupantes já se encontravam de mãos no ar, prestes a serem detidos.

Apesar da instruções claras para assumirem uma postura não-violenta e procurarem evitar e desescalar qualquer conflito com os militares, o simples facto de serem mais de quarenta embarcações deverá dificultar a tarefa dos soldados sionistas ao longo da noite para conseguirem apoderar-se da maior flotilha humanitária alguma vez realizada com destino a Gaza.