A adesão à greve dos trabalhadores da Comboios de Portugal é de 100%, segundo as informações veiculadas pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) às 7h da manhã. Segundo o sindicato, entre a meia-noite e essa hora não circulou nenhum comboio.
É uma greve sem serviços mínimos, causada pelo adiamento da implementação do acordo relativo aos aumentos salariais para 2025. “Após exaustivas negociações com a administração da CP - Comboios de Portugal, foi possível chegar a um acordo satisfatório em relação aos aumentos salariais para o ano em curso, mas este acordo aguarda deferimento por parte das tutelas governativas desde fevereiro de 2025”, explicou o sindicalista António Lemos à agência Lusa. Agora que o Governo está em gestão, o acordo não é implementado.
Lutas
Comboios voltam a parar numa greve que junta mais de uma dezena de sindicatos
As perturbações podem prolongar-se até terça-feira se o Governo não ceder face às reivindicações dos trabalhadores. A greve convocada pelo SFRCI junta treze estruturas sindicais que acusam a empresa de ter recuado nas negociações com a justificação de que o Governo não autorizou a proposta que a CP ia assinar.
Os sindicatos estavam abertos a aceitar as condições da proposta apresentada, que poderia ser “um passo importante para a solução de um problema estrutural na CP”, mas esse entendimento desfez-se. Na realidade, o Ministério das Infraestruturas e Habitação, sob tutela de Miguel Pinto Luz, defendeu à Lusa que a proposta da empresa “não é enquadrável no âmbito das competências de um Governo em gestão”, utilizando essa condição para se desculpar.
Estão também previstas greves para dias 7 e 8 de maio convocadas pela Fectrans – Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, protestando também contra a não implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, “a imposição de aumentos salariais, que não repõem o poder de compra” e pela “negociação coletiva de aumentos salariais dignos”.