"Ao contrário do que o Governo esperava, o movimento não acabou", afirmou em Paris a nova secretária-geral da CGT, Sophie Binet, prometendo que Macron "não conseguirá governar o país enquanto não retirar esta reforma" que pretende aumentar em dois anos a idade de reforma dos trabalhadores. Também o líder da CFDT, Laurent Berger, assegurou que "a luta está longe de terminar", prevendo a realização de "grandes manifestações populares no 1º de Maio".
Na véspera, Emmanuel Macron tinha afirmado durante uma visita aos Países Baixos que esta disposto a discutir com os sindicatos assim que seja conhecida a decisão do Conselho Constitucional esta sexta-feira sobre a lei aprovada à margem do Parlamento. "Tenho vontade de dizer 'LOL'", reagiu Sophie Binet a esta proposta presidencial. Por seu lado Laurent Berger defende um compasso de espera após a aguardada decisão do Conselho Constitucional, sugerindo que pode existir o recurso ao artigo 10 para permitir ao Parlamento uma nova votação.
A sede do Conselho Constitucional foi um dos alvos do protesto desta quinta-feira, com os manifestantes a exigirem o chumbo da reforma das pensões e a bloquearem a entrada do edifício com caixotes do lixo e uma faixa onde se lia "Sejam sábios, chumbem!".
Suite à notre action en face du Conseil Constitutionnel, 4 activistes d'Attac sont en garde à vue au commissariat du 16e arrondissement depuis 7h45.
Nous demandons leur libération immédiate.
C'est la #ReformeDesRetraites qu'il faut censurer, pas l'expression citoyenne ! pic.twitter.com/UruI72S9M4
— Attac France (@attac_fr) April 13, 2023
Blocage en cours du Conseil Constitutionnel à la veille de sa décision sur la réforme des retraites.
12e journée de mobilisation contre la retraite à 64 ans.
En direct de 50 villes du pays grâce à nos reporters.#greve13avril
Images : @tulyppe.pic.twitter.com/0MXodDc2sz
— L'insoumission (@L_insoumission) April 13, 2023
Outro ponto de passagem do protesto foi a sede do grupo de artigos de luxo LVMH, que na véspera anunciou um crescimento dos lucros e tem como líder Bernard Arnault, que recentemente se tornou o homem mais rico do mundo, ultrapassando Elon Musk. "Viemos simbolicamente e pacificamente sugerir ao governo que vá buscar o dinheiro aos bolsos dos bilionários", afirmou ao Le Monde um ferroviário sindicalista do SUD.
Retraites: des manifestants s'introduisent au siège de LVMH à Paris pic.twitter.com/Yu09LoTOO7
— BFMTV (@BFMTV) April 13, 2023
Nas ruas de França, a mobilização baixou face à semana passada, mas continua elevada tendo em conta a duração destes protestos, com os sindicatos a estimarem a presença de 400 mil manifestantes em Paris, 130 mil em Marselha, 70 mil em Toulouse, 40 mil em Bordéus, 25 mil em Nantes, 22 mil em Lyon, 20 mil no Havre, 17 mil em Brest, 15 mil em Rennes, St. Etienne, Nice e Avignon, 10 mil em Montpellier e Clermont-Ferrand e 9 mil em Rouen e Estransburgo. Além das greves e manifestações, houve escolas bloqueadas e cortes de estradas. Também foram bloqueadas várias instalações de recolha e tratamento de lixo na região parisiense, impedindo a saída dos camiões. Em Aubervilliers, a polícia carregou sobre o piquete e deteve algumas pessoas, como testemunhou o deputado da França Insubmissa Bastien Lachaud.
Ce matin, mobilisation en soutien aux grévistes du garage d’Aubervilliers.
À 30 minutes de la fin du blocage, la police charge brutalement et interpelle 6 manifestants pacifiques.
Collés au mur et menotté, tout cela pour faire sortir 4 camions benne. La honte ! pic.twitter.com/Zbuu0XipIU
— Bastien Lachaud (@LachaudB) April 13, 2023