Durante a noite de quarta-feira, o sindicalista e ex-presidente da Direção do Sindicato dos Bancários, Daniel Cabrita, faleceu no Hospital do Barreiro. Foi lutador antifascista preso pela PIDE, fundador da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN), ex-deputado da Assembleia Municipal do Barreiro e referência na vida política e social desse concelho.
Daniel Cabrita foi bancário de profissão e destacou-se no sindicalismo pela defesa dos trabalhadores e da classe profissional dos bancários. Esteve ativo na Oposição Democrática ao regime de Salazar no final da década de 60. Ainda em 1969, foi eleito para a direção do Sindicato dos Bancários. No ano seguinte, fundou a CGTP.
Esteve preso em Caxias e Peniche durante dois anos depois de ser julgado em Tribunal Plenário por pertencer ao Partido Comunista Português. Saiu em 1973, impedido de exercer atividades sindicais, mas voltou ao banco onde trabalhava e continuou a ser interveniente ativo.
Depois da revolução integrou os gabinetes dos ministros do Trabalho Avelino Gonçalves e Costa Martins. Em 1975 foi candidato às eleições para a Assembleia Constituinte pelo Movimento Democrático Português, e voltou a ser candidato às legislativas em 1980, pelo Partido Comunista Português.
Voltou a integrar a CGTP-IN em 1976, onde se manteve até 2008 como adjunto do Secretário-geral a Armando Teixeira da Silva e a Manuel Carvalho da Silva. Participou também no Gabinete de Estudos da Intersindical. Participou com o seu testemunho para o livro Contributos para a história do movimento operário e sindical, editado pela CGTP e foi homenageado pela Câmara Municipal do Barreiro em ocasião da comemoração dos 40 anos do 25 de abril.
Abriu caminho para as lutas dos trabalhadores ainda durante a ditadura e esteve na vanguarda dessas lutas já em democracia. A todos os familiares, amigos e camaradas de Daniel Cabrita, a redação do Esquerda.net transmite as suas sentidas condolências.