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Estudantes prometem mais ocupações na primavera pelo fim ao fóssil

Em comunicado, ativistas pelo fim ao fóssil declaram que as ocupações de escolas e faculdades em Lisboa "foram um sucesso" e marcaram uma nova etapa no movimento estudantil e no movimento por justiça climática".
Ocupação no Liceu Camões esta segunda-feira. Foto Fim ao Fóssil: Ocupa!

Após uma semana de ocupações em duas escolas secundárias e quatro faculdades em Lisboa, os coletivos "Fim ao Fóssil: Ocupa!" declararam o fim das ocupações esta segunda-feira, dia em que o Liceu Camões esteve encerrado pelos ativistas que exigem o "fim aos combustíveis fósseis até 2030 e fim aos fósseis no governo, a começar pela demissão imediata do ministro da economia e do mar António Costa Silva".

O ministro foi convidado a participar numa palestra sobre crise climática no Liceu Camões, mas recusou o convite, propondo em alternativa uma reunião à porta fechada com dois representantes da ocupação. No final, ambas as partes concordaram com um encontro esta terça-feira no Ministério com a presença de seis representantes das ocupações estudantis. Enquanto decorre o encontro, há uma concentração no Largo Camões a partir das 16h.

Em comunicado, os organizadores das ocupações agradecem aos estudantes que participaram, mas também "aos pais, membros da comunidade educativa, e centenas de professores e de artistas que apoiaram os estudantes em luta e estiveram do nosso lado". E prometem começar já a preparar a "próxima vaga de ocupações, mais fortes e mais capazes na primavera de 2023".

"Vamos voltar a ocupar porque o nosso governo, que deveria salvaguardar a nossa existência, já provou que não está à altura de enfrentar a maior crise das nossas vidas e que o único interesse que defende é o do lucro. Assumimos a nossa responsabilidade nesta luta, sabendo que somos aquelas de quem estávamos à espera para nos salvar e que não podemos desistir porque isso significaria desistir de milhões de vidas. Vamos continuar a lutar porque não temos outra alternativa sem ser vencer a luta pelas nossas vidas", declaram.

Na segunda-feira foram ouvidos em tribunal quatro estudantes que resistiram à ordem de retirada da Faculdade de Letras por parte da PSP, que foi chamada pelo diretor da Faculdade, Pedro Tamen. Aos ocupantes foi proposta a suspensão provisória do processo, mas não aceitaram por entenderem que "este processo não pode ser silenciado”. O caso segue para julgamento com início no dia 29 de novembro.

“Deixa-me profundamente triste que esta tenha sido a resposta da direção da Faculdade de Letras, do professor doutor Miguel Tamen, que nem sequer se dignou a aparecer no dia [em que expulsaram os estudantes]. Acho triste a polícia entrar na própria faculdade para retirar os alunos”, afirmou ao Público Ana Carvalho, uma das estudantes visada neste processo em que são acusadas de "introdução em local vedado ao público" e "não dispersão de uma reunião pública".

Termos relacionados Fim ao Fóssil, Salvar o Clima, Ambiente
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