Dedicação plena recusada por “esmagadora maioria” dos médicos de Saúde Pública

08 de janeiro 2024 - 14:29

A presidente da FNAM diz que grande parte dos 400 médicos de Saúde Pública manifestaram recusa ao novo regime que os faz perder até 600 euros mensais e os põe a trabalhar mais horas.

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Foto de Paulete Matos

Em declarações ao Jornal de Notícias, a presidente da Federação Nacional dos Médicos, Joana Bordalo e Sá, confirma que a “esmagadora maioria” dos cerca de 400 médicos de Saúde Pública terão manifestado a sua recusa e passar para o regime de dedicação plena criado pelo Governo. O entendimento da federação sindical é que o prazo para manifestar essa recusa terminou no domingo, 60 dias depois da publicação do decreto-lei, enquanto o Governo diz que só termina a 25 de março, 60 dias após a data de “produção de efeitos” do dito decreto, que foi a 1 de janeiro.

Os médicos de Saúde Pública, das Unidades de Saúde Familiar (modelo B) e diretores de serviço e de departamentos hospitalares transitam automaticamente para o regime de dedicação plena se não entregarem  minuta em que declaram a sua oposição. Joana Bordalo e Sá diz que para os médicos de família e diretores de serviço e departamento as mudanças não são muitas, pelo que não prevê grandes taxas de recusa.

A passagem ao novo regime prejudica sobretudo os médicos de Saúde Pública, pois perdem o subsídio de disponibilidade permanente de cerca de 800 euros mensais. O aumento salarial previsto não compensa essa perda para quase todos estes profissionais, à exceção dos que estão no topo da carreira, ou seja “praticamente não existem” beneficiados neste grupo. Quase todos passariam a perder entre 18 e 600 euros por mês, além de passarem a trabalhar mais horas, com a passagem ao regime das 40 horas semanais, defende a sindicalista.