Por ocasião do quarto aniversário da prisão ilegal de Julian Assange no Reino Unido, assinalado esta terça-feira, 48 deputados e senadores australianos alertam que a perseguição ao fundador do WikiLeaks “estabelece um precedente perigoso”. Em carta aberta, citada pelo The Guardian, referem que, se o pedido de extradição para o “aliado estratégico mais próximo” da Austrália for aprovado, abrir-se-á “um precedente perigoso para todos os cidadãos globais, jornalistas, editores, organizações de media e a liberdade de imprensa”. E acrescentam que a decisão “também seria desnecessariamente prejudicial para os EUA como líder mundial em liberdade de expressão e estado de direito”.
De acordo com o Expresso, mais de três dezenas de legisladores britânicos uniram-se a esta iniciativa, exortando o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, a abandonar o processo de extradição contra o fundador do WikiLeaks.
No Brasil, uma carta endossada a Joe Biden por deputados do PT, PCdoB e PSOL, destaca que Assange é vítima de perseguição e corre risco de ser submetido a um julgamento injusto. No documento, os signatários defendem que as revelações de milhares de documentos confidenciais relativos às atividades militares norte-americanos, em especial no Iraque e no Afeganistão, obedecem às práticas do jornalismo de investigação.
No México, foram cerca de uma centena os deputados que pediram ao presidente Biden e ao Congresso dos Estados Unidos que sejam retiradas as queixas contra Julian Assange e que se anule o processo de extradição em curso. De acordo com a Prensa Latina, o documento foi divulgado na Câmara de Deputados pela secretária-geral do Movimento Nacional de Regeneração (Morena), Citlalli Hernández, Rafael Barajas “El Fisgón”, Alina Duarte, assim como pelos deputados Manuel Vázquez Arellano e Jorge Toledo.
A onda de solidariedade com Julian Assange também tem ramificações nos próprios Estados Unidos. Uma carta redigida pela congressista Rashida Tlaib, e subscrita por outros congressistas democratas da ala progressista, como Cori Bush, Jamaal Bowman, Greg Casar, Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar e Ayanna Pressley, a apontar que “a acusação do Sr. Assange, se bem-sucedida, não apenas estabelece um precedente legal pelo qual jornalistas ou editores podem ser processados, mas também político”.