Cresce o apoio às reivindicações dos médicos

04 de novembro 2023 - 22:45

Um grupo de personalidades decidiu juntar-se para afirmar que a luta de médicos e outros profissionais de saúde “é serviço a Portugal” porque é a luta pelo SNS e que “se os profissionais, com a sua razão, impuserem o que é justo, a democracia ganhará”.

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Foto de Paulete Matos.

Num artigo publicado este sábado no Público, um conjunto de personalidades demonstram apoio às reivindicações dos médicos e dos outros profissionais de saúde que consideram lutar “em nome de Portugal para salvar o Serviço Nacional de Saúde”. Um texto que entretanto está a recolher mais assinaturas.

O grupo inicial de subscritores é constituído por Ana Drago, Ana Gomes, Arménio Carlos, Carmo Afonso, Carvalho da Silva, Catarina Oliveira, Francisco George, Francisco Louçã, Isabel do Carmo, José Manuel Boavida, Maria do Rosário Gama, Paulo Pedroso, Pedro Lamares, Pézarat Correia, Pilar del Rio, Ricardo Paes Mamede, Sérgio Godinho, Tânia Graça.

Juntam-se para afirmar que o acesso à saúde, “uma das conquistas essenciais do 25 de Abril” “é cada vez menos real para 1,5 milhões de utentes sem médico de família, para quem faz fila de madrugada para tentar uma consulta no centro de saúde, para quem espera três anos por uma consulta de oftalmologia ou para quem desespera por uma cirurgia”.

Culpam pelo agravamento desta situação “o bloqueio à contratação de profissionais e a degradação salarial que empurra muitos deles para fora do SNS ou para a emigração, aliados ao desinvestimento ao longo de décadas na formação de novos profissionais”.

No diagnóstico que fazem, assinalam que “o SNS passou a depender da multiplicação de horas extraordinárias dos profissionais, que podem ultrapassar 500 horas anuais – equivalentes a três ou quatro meses de trabalho adicional para muitos deles e delas – incluindo quando fazem urgências ao lado de tarefeiros que são pagos a valores muito superiores”.

Para eles, estes profissionais, “ao recusarem a perda real de valor dos seus salários, ao imporem condições para o recurso a horas extraordinárias, ao defenderem o descanso compensatório para assegurarem cuidados de qualidade, ao exigirem mais tempo para consultas, cirurgias e exames” “estão a defender os utentes do SNS”. E a “responsabilidade pelo colapso deste sistema é toda de quem impede a solução evidente: proporcionar condições de trabalho aceitáveis e motivadoras que sejam atrativas”.

Concluem assim que “a luta de médicos, como a de enfermeiros, farmacêuticos e de todos os profissionais do SNS é um serviço a Portugal” e concluem afirmando que “se os profissionais, com a sua razão, impuserem o que é justo, a democracia ganhará”.

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