Saúde

Cirurgiões do Amadora-Sintra demitem-se em bloco devido a assédio laboral

22 de janeiro 2025 - 14:21

Caso coloca em risco mais de 500 mil habitantes da região e já levou ao cancelamento de mais de mil consultas. Sindicato exige resposta imediata da ministra da Saúde.

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Amadora-Sintra
Amadora-Sintra. Fotografia via website da Ordem dos Médicos

Dez cirurgiões demitiram-se do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), no contexto de uma situação de assédio laboral levada a cabo por dois médicos do serviço, um deles antigo diretor do serviço. A demissão dos cirurgiões levou ao cancelamento de mais de mil consultas, que ficaram agora sem previsão de nova data.

A situação “coloca em risco os cuidados cirúrgicos a mais de 500 mil habitantes da região”, avisa a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que denunciou o caso. As demissões comprometem também a formação em cirurgia geral, o que levou a que a Ordem dos Médicos retirasse a idoneidade formativa ao hospital.

Por isso, dez médicos internos de Formação Específica e de Formação Geral foram obrigados a sair para outras unidades de saúde, segundo o Diário de Notícias. A FNAM explica em comunicado que “esta saída agrava as dificuldades na fixação de médicos cirurgiões, tornando ainda mais difícil qualquer tentativa de reconstruir a equipa de cirurgia”.

“Apesar das respetivas denúncias”, o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde e o ministério da Saúde “não tiveram qualquer intervenção capaz de resolver o problema” de assédio laboral. “Esta inércia revelou-se fatal para a manutenção de um serviço fundamental, privando a população destes dois concelhos de acesso a cuidados cirúrgicos”, salienta a FNAM, que condena “firmemente o assédio laboral praticado por dois médicos”, considerando que “limitou o exercício profissional de toda uma equipa”.

A FNAM e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul exigem resposta imediata por parte da ministra da Saúde.