O cordão humano de protesto contra a extradição de Assange juntou milhares de pessoas em torno do Parlamento britânico este sábado. Stella Assange, esposa do jornalista detido, defendeu que o Governo devia interceder junto das autoridades do EUA para retirarem o pedido de extradição. "Isto já dura há três anos e meio. É uma mancha para o Reino Unido e para a administração Biden", lamentou. Nas redes sociais, agradeceu o apoio recebido e estimou o número de presenças acima das dez mil pessoas neste protesto.
WE DID IT!
I told Julian today was EPIC.
On behalf of Julian and our family THANK YOU from the bottom of our hearts to each of you.
It took 5,000 people to complete the chain. We did that and more. Likely 10-12,000 people.
Post your pics from today below! #FreeAssangeNOW pic.twitter.com/8srE8uxh5n
— Stella Assange #FreeAssangeNOW (@StellaMoris1) October 8, 2022
Este vídeo percorre uma parte do cordão humano em torno do Parlamento:
Julian Assange supporters surrounded the British Parliament#SurroundParliament @wikileaks @StellaMoris1 #London #JulianAssange #Assange pic.twitter.com/s55tF4Ltgb
— Bilal Acar (@BilalAcar01) October 8, 2022
Entre os participantes estiveram figuras conhecidas como o ator Russell Brand ou o ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn, que apelou aos outros políticos para que tomem posição.
"Diria aos deputados - de qualquer partido - que estão ali para representar a democracia e os direitos", afirmou Corbyn, acrescentando que "se Julian Assange for extraditado, isso criará medo nos outros jornalistas de expor a verdade".
Former UK Labour Party leader Jeremy Corbyn’s message to Julian Assange as he stands with thousands of others in a #HumanChain to #SurroundParliament in London today. #FreeAssangeNOW pic.twitter.com/Ejzcoi0KRX
— People For Assange (@people4assange) October 8, 2022
Também o antigo líder sindical do Unite, Len McCluskey, compareceu à chamada e acusou os EUA de quererem fazer de Assange um exemplo. "Isto é uma elite global que está a deixar claro que ninguém a pode colocar sob escrutínio. Querem mandar no mundo sem ninguém a desafiá-los, que foi o que Julian fez", afirmou McCluskey.
Detido desde 2019 numa prisão de Belmarsh, após vários anos confinado na embaixada do Equador, Julian Assange aguarda a decisão sobre o recurso que interpôs contra a decisão do Governo britânico de o extraditar para os Estados Unidos, onde o aguardam acusações de espionagem que o devem levar a passar o resto da vida na prisão.
Nos últimos meses, várias associações de jornalistas e organizações de defesa dos direitos humanos têm alertado para o risco para a liberdade de informação que representa a prisão e o julgamento que os EUA pretendem fazer a Assange por ter revelado crimes de guerra no Iraque e Afeganistão. A Amnistia Internacional anunciou que já recolheu mais de cem mil assinaturas na sua petição pela libertação de Assange.
Alem de Londres, este sábado houve outras cidades a servir de palco à mobilização pela libertação de Assange. Foi o caso de Washington, com um cordão humano em torno do Departamento de Justiça que o quer acusar em tribunal.
Marching now. It’s making me a little emotional. #HandsOffAssange pic.twitter.com/j3a2lsBDig
— Comrade Misty is Putin’s Buddy (@SarcasmStardust) October 8, 2022
Também em Melbourne, na Austrália, país natal de Julian Assange, milhares de pessoas saíram à rua para exigir que o Governo interceda para o tirar da prisão. Entre elas estava o irmão de Assange, que lembrou as palavras do atual primeiro-ministro Anthony Albanese na campanha eleitoral, quando disse que não via nenhuma razão para manter Assange na prisão. "Já passaram tantos dias desde a posse deste Governo e Julian ainda está a apodrecer naquela prisão", lembrou Gabriel Shipton.