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Castelo Branco: Greve no call-center da Segurança Social

Por melhores salários e atualização do subsídio de refeição, os trabalhadores em regime de outsourcing na empresa Reditus queixam-se das más relações laborais. Deputado bloquista José Soeiro diz que o Ministério do Trabalho está a dar "o pior exemplo".
Concentração dos trabalhadores do call-center da Segurança Social contratados pela Reditus em Castelo Branco. Foto José Soeiro/Facebook

Esta segunda-feira foi dia de greve para os trabalhadores do call-center da Segurança Social em Castelo Branco, acompanhada por uma concentração no centro da cidade. Para o SINTTAV, que convocou a paralisação, dos cinco call-centers em atividade em Castelo Branco, "este é de longe o que pratica as piores condições laborais".

Os trabalhadores exigiram a atualização do subsídio de refeição para 7 euros por dia a partir de janeiro, em vez dos atuais 4,27 euros que já deviam ser 6 euros como os que recebem os seus colegas de trabalho contratados pela Segurança Social. O aumento do salário para os 910 euros mensais, numa empresa com trabalhadores qualificados a receber o salário mínimo, é outra das reivindicações, além da atribuição de pausas de 10 minutos por cada hora trabalhada, o pagamento do subsídio de férias por inteiro e não em duodécimos.

Presente na concentração desta segunda-feira, o deputado bloquista José Soeiro agradeceu o "exemplo de dignidade" destes trabalhadores que passaram da Egor para a Reditus em outubro do ano passado, através do mecanismo de transmissão de estabelecimento.

Trata-se de "um serviço que é tutelado pela ministra que tem a responsabilidade pelas condições de trabalho e por garantir que a lei é respeitada", e que "está a dar o pior exemplo" ao recorrer ao outsourcing para preencher necessidades permanentes e "com trabalhadores qualificados que ganham o salário mínimo", apontou o deputado.

"Se o combate à precariedade não é só uma retórica do Governo e é para levar a sério, então o Estado devia dar o primeiro a dar o exemplo", prosseguiu Soeiro, defendendo que "os trabalhadores em outsourcing deviam ter exatamente as mesmas condições que os seus colegas de trabalho na Segurança Social".

O deputado lembrou ainda que na Agenda do Trabalho Digno ficou definido que os trabalhadores em outsourcing deviam ser abrangidos pelos contratos coletivos e pelos acordos de empresa das empresas utilizadoras, o que não está a acontecer neste caso. E sublinhou que "é inaceitável que o Estado continue a recorrer a outsourcing para preencher necessidades permanentes e funções essenciais dos serviços públicos".

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