Caso Global Media: Luís Bernardo processa Joana Mortágua

18 de março 2025 - 21:29

Comissão de Transparência decidiu o não levantamento de imunidade da deputada no contexto de um processo movido por Luís Bernardo. Joana Mortágua diz que fez afirmações "para defender os interesses do país".

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Joana Mortágua
Joana Mortágua. Fotografia de Miguel A. Lopes/Lusa

A Comissão de Transparência do parlamento votou por unanimidade a favor do não levantamento da imunidade parlamentar da deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua. A votação aconteceu no contexto de uma ação judicial movida por Luís Bernardo e pela Wonderlevel Partners em que a deputada criticou a atuação do empresário no caso do negócio da venda da Global Media Group.

No centro do processo movido por Bernardo estão as declarações feitas aos jornalistas em janeiro de 2024, no final da audição de Domingos Andrade, ex-diretor da TSF, numa altura em que a Assembleia da República discutia a crise financeira da Global Media.

Domingos Andrade, que também é alvo do processo, disse na altura que “o que está a acontecer nas redações é uma gravidade que nunca julguei possível assistir em democracia”. Joana Mortágua denunciou a situação como um “jogo de gangsters”.

“É isso que está na origem deste processo: o facto de Luís Bernardo não gostar que eu denunciasse o seu envolvimento possível neste negócio”, disse Joana Mortágua à SIC. “É uma tentativa de silenciamento. Luís Bernardo acha que, de alguma forma, deve estar acima do escrutínio”.

A deputada bloquista aponta que o processo “envelheceu mal” porque as investigações que têm saído na SIC indicam que “foi Luís Bernardo que foi intermediário do negócio entre Marco Galinha, José Paulo Fafe e Álvaro Sobrinho”.

Joana Mortágua sublinha que as afirmações que fez foi “enquanto deputada” e “para defender os interesses do país”. As declarações foram proferida no âmbito do mandato de deputada, o que significa que há fundamento para não levantar a imunidade. Isso comprova-se também pela unanimidade no voto pelo não levantamento da imunidade dos partidos presentes na Comissão de Transparência.