Genocídio

Ataques israelitas a Gaza já mataram mais de dois mil desde o fim do cessar‑fogo

03 de maio 2025 - 11:43

Ritmo dos ataques é semelhante ao do início da guerra. Bloqueio israelita à entrada de alimentos, água e medicamentos em Gaza dura há dois meses. Barco da Flotilha da Liberdade foi atacado com drones ao largo de Malta.

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Acampamento de deslocados na cidade de Gaza destruída pelas bombas de Israel.
Acampamento de deslocados na cidade de Gaza destruída pelas bombas de Israel. Foto Mohammed Saber/EPA

Desde que Israel acabou com o cessar-fogo a 18 de março, os bombardeamentos a Gaza já mataram quase 2.400 palestinianos e feriram mais de seis mil, segundo números do Ministério da Saúde de Gaza citados pela Al-Jazeera. Isto eleva o número de mortos em Gaza para cerca de 52.500 e o de feridos para mais de 118 mil desde o início dos ataques de 7 de outubro de 2023. Só nas últimas 48 horas, morreram pelo menos 70 pessoas e 275 ficaram feridas, com o ritmo dos bombardeamentos a intensificar-se, assemelhando-se ao dos primeiros dias dos ataques e a estender-se por toda a Faixa de Gaza, dizimando famílias inteiras.

A ar das bombas, intensifica-se também o bloqueio à entrada de água, alimentos e medicamentos, que vigora desde o dia 2 de março. A Al Jazeera dá conta da morte de uma bebé no hospital Rantisi, perto da cidade de Gaza, devido a malnutrição e desidratação. O governo de Gaza diz que a malnutrição já matou 50 pessoas nos últimos meses e a UNICEF alertou que 335 mil crianças com menos de 5 anos em estado de malnutrição grave correm risco de vida.

Barco da Flotilha da Liberdade a caminho de Malta foi atingido por drones

Na madrugada de sexta-feira, um navio de voluntários da Flotilha da Liberdade, que ia tentar romper o bloqueio e transportar alimentos e assistência humanitária para a Faixa de Gaza, foi atingido por dois drones em águas internacionais ao largo de Malta. O navio transportava 30 voluntários e dirigia-se a Malta para recolher alimentos e mais voluntários, não tendo ainda iniciado a sua missão. Os projéteis disparados pelos drones abriram um rombo no casco e provocaram um incêndio no motor.

Israel não assumiu a autoria do ataque e a organização da Flotilha da Liberdade já exigiu uma investigação ao sucedido. O Observatório Euro-Mediterrânico dos Direitos Humanos afirmou que “o ataque deliberado a um navio de ajuda civil em águas internacionais constitui uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas, do Direito do Mar e do Estatuto de Roma, que proíbe o ataque a entidades humanitárias”.