FMI

O FMI reúne-se pela primeira vez na África mas mostra-se incapaz de oferecer alívio ao Sul Global. Para 86 países endividados, só se apresenta uma resposta: “apertar os cintos” e alimentar os especuladores. Por Kristina Rehbei.

O FMI, o BCE e a CE têm as mãos sedosas do Jack o Estripador. Mãos hábeis, poderosas, flexíveis. Sedosas. Deslizam nos pescoços dos países à procura do sítio exacto do estrangulamento.

Alice Brito

Irlandeses pagam 1280 milhões de euros em juros ao FMI. Montante pago pelos gregos ascende a 1560 milhões. Em três anos, o FMI lucra cerca de 1140 milhões  com o plano de resgate dos dois países. Portugal pagaria, no mínimo, 600 milhões em juros. 

O FMI foi criado em 1944, na Conferência de Bretton Woods, juntamente com o Banco Mundial. A sua criação correspondeu totalmente às necessidades dos Estados Unidos. A partir dos anos 80, com a crise da dívida, encontrou um novo campo de actuação. Os Planos de Ajustamento Estrutural converteram-se então na receita única aplicada a todos os países que queriam aceder ao financiamento do FMI ou aos empréstimos do BM.

O FMI funciona como uma empresa, os votos dos membros dependem da quota do país, os Estados Unidos têm poder de veto na instituição internacional. O presidente é sempre europeu e o número dois dos EUA.

Os pilares da ideologia do FMI são vulgarmente sintetizados no chamado “Consenso do Washington”. O objectivo é reestruturar, segundo os interesses da finança mundial, capitalismos considerados arcaicos, porque insuficientemente abertos. Uma ideologia para concretizar com três tipos de medidas: 1. Austeridade; 2. Privatização; 3. Liberalização.

Em 1983 o governo português recorreu ao FMI. As medidas então adoptadas provocaram queda da actividade económica, diminuição significativa do rendimento da maioria dos portugueses, multiplicação de falências e um aumento brutal do desemprego. Foi o tempo dos salários em atraso e das manifestações com bandeiras negras por todo o país.

Carlos Santos

As selvagens medidas de ajustamento económico que a UE e o FMI impuseram na Grécia, em troca de um empréstimo milionário para lidar com a dívida do país helénico, ou aquelas "recomendações" ao Estado espanhol, repetem sem grande variação as imposições aos países que se tornaram mais pobres nas últimas décadas. Por Iolanda Fresnillo

O FMI, ferramenta ao serviço dos grandes emprestadores, espezinha da mesma maneira os direitos humanos fundamentais tanto no Norte como no Sul. Por Jérome Duval

No nosso país, trata-se de uma exigência democrática imperativa: que os contratos da dívida sejam tornados públicos e que se constitua já a comissão internacional de auditoria da dívida pública grega. Artigo de Costas Lapavitsas

Apesar de não muito afastada dos objectivos de Maastricht em matéria de défice (3,8 em 2008), a Hungria tornou-se no primeiro país da União Europeia a obter o apoio financeiro da troika FMI, UE e Banco Mundial. Por Jérome Duval

O Fundo Monetário Internacional, a instituição fundada em Bretton Woods em 1944, a par do Banco Mundial, e em que os Estados Unidos têm poder de veto, tem sido um "fiel servidor da finança mundial". Ler mais...

A crise atinge de forma diferente o norte e o sul do planeta. Se não tiverem cuidado, os países em desenvolvimento arriscam-se a encontrar-se na situação que conheceram nos anos 1980. Por Eric Toussaint

Dominique Strauss-Kahn (DSK) é o actual director geral do FMI, que tem defendido as violentas políticas de austeridade na Grécia e na Irlanda. DSK, um destacado dirigente do PS francês, também não se coibiu de louvar o ditador tunisino Ben Alli e de considerar a sua política económica um exemplo a seguir.

FMI e Banco Mundial afirmavam que se as suas medidas fossem aplicadas, economias do Sul iriam ver o nível de endividamento diminuir. O Senegal, apesar de muito bom aluno da lógica neoliberal, não conheceu esse caminho. Por Adama Soumare e Olivier Bonfond – Alainet.

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Dominique Strauss-Kahn, presidente do Fundo, considerava que política económica de Ben Ali era um bom exemplo a seguir para muitos países, e foi mesmo condecorado pelo ditador.

O eurodeputado do Bloco de Esquerda Miguel Portas afirmou, num comício na Marinha Grande com Manuel Alegre, esta terça-feira, que a entrada do FMI "serve apenas para vergar e para dobrar a espinha” do país.

Como bom aluno, Cavaco Silva defende o austeritarismo porque não acredita num programa económico para o país e defende o Estado caridade.

Mariana Mortágua

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A acção especulativa que pretende forçar a entrada do FMI em Portugal “vem de fora, mas tem cumplicidades” em Portugal, diz o candidato, para quem a direita sabe que o FMI quer aplicar o programa radical que eles não têm a coragem de apresentar.

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O Wall Street Journal prevê que dificilmente o país conseguirá evitar recorrer ao FMI. Apesar de desmentidas, pressões da Alemanha são reais.