Mariana Mortágua

Deputada. Coordenadora do Bloco de Esquerda. Economista.

Nem três salazares conseguiriam hoje apagar da memória do povo português o dia que anunciou o fim da guerra colonial, o fim da ditadura, o fim do analfabetismo. No 25 de Abril, o povo livrou-se do regime corrupto que condenou Portugal à miséria.

Resposta aos artigos de João Miguel Tavares e Francisco Mendes da Silva sobre a presença da coordenadora do Bloco de Esquerda na Flotilha Humanitária rumo a Gaza.

Henrique, a política precisa de debate sério, não de intrigas de série B. Se quiser discutir ideias, cá estarei. Mas se for para falar de ‘ligações perigosas’, traga provas – ou, pelo menos, um bom argumento.

A guerra contra a Europa não é da Rússia, nem dos EUA, nem da China. É dos oligarcas contra a democracia

Fazer a guerra em nome da democracia enquanto se deixa a democracia morrer é um erro que as gerações futuras não perdoarão aos decisores do presente.

Canais seguros de entrada, regularização, reagrupamento de famílias é o único caminho da decência. Sei que não é popular, neste tempo em que líderes políticos fantasiam com imigrantes que se alimentam de animais domésticos. Mas é aqui que reside a defesa da decência, do direito internacional, da democracia e da economia.

Hoje, ter orgulho da lei do aborto, como do processo político que a permitiu, é dizer que chegou o tempo de a rever.  Como sempre, para não recuar é preciso avançar.

O que têm em comum duas leis separadas por 16 anos, uma feita pelo governo de Sócrates e a outra pelo de Luís Montenegro?

Quem aprovará o próximo orçamento? A troco de quê? Da direita a parte da esquerda, todos querem estar na fotografia: ensaia-se um suspense “praticamente impossível” sobre o voto para mostrar “disponibilidade negocial”.

Em vez de resolver os problemas administrativos que impediam a regularização de imigrantes, Luís Montenegro preferiu quebrar a regra de humanidade elementar que sustinha a lei portuguesa: quem cá vive e trabalha deve ser incluído na comunidade.