E, daqui, desta cidade que contempla a serra, deve, sem hesitação, ser proclamado o fim da poesia. Riscar o nome de Sebastião da Gama. Para sempre. Celebrar a entrega da Comenda a privados que até a alma privatizam.
Alice Brito escreve uma recensão sobre o novo livro de contos de Eduardo Pitta e indica: “Depois de se ler o 1º conto, tem-se medo de avançar para o segundo. As páginas respiram crueldade. E, no entanto, não há excessos nesta escrita.”
Por mim, não vou esquecer esta coisa miserável de negar a um símbolo, talvez o mais sincero da nossa memória, este agravo que lhe foi feito na hora da morte.
Os presidentes de agora, deste século XXI, também são eleitos com qualquer idade. Tu, Donald, tens a idade mental de D. Sebastião quando se tornou rei. Bolsonaro é o teu irmão mais novo.
Ontem ouviu-se um não, dito pelo jogador [Marega] alvo dos ultrajes. Dizer não. Parece coisa pouca. Mas não é. Dizer não permite-nos mostrar aos outros que existimos e estamos vivos. Um não vale mais que mil acrobacias diplomáticas. Não!
Uma justiça que se mantém olimpicamente à margem deste gravíssimo rasgão que ensombra a sociedade portuguesa, a violência doméstica, não é justiça. E se não é justiça, é injustiça. Tem de se lhe pôr cobro.
Com aquela tepidez acanalhada que os sonsos sempre põem nos gestos contidos, Moro sacou da caneta e assinou novo mandado de captura. Prenda-se Montesquieu.