Alemanha

O Governo da coligação semáforo - SPD, liberais e Verdes - encontrou o sinal vermelho na limite da dívida constitucionalizado de 0,35% e não conseguiu cumprir as suas promessas nem estancar a crise económica que se aprofunda no país.

Lukas Scholle

O anúncio dos despedimentos tinha sido na sexta. Esta segunda, avança com o corte no horário de trabalho e de salário. A filial portuguesa passou, em poucos dias, de garantir que não haveria despedimentos para dizer que “é muito cedo” para dar informações e que há “negociações” com os sindicatos.

O maior construtor automóvel europeu planeia fechar três fábricas na Alemanha, cortar 10% os salários e despedir em massa. Na quinta-feira, milhares de trabalhadores manifestaram-se. No dia a seguir, ficou decidido partir para a greve.

O desastre que a Volkswagen e os seus trabalhadores estão a viver atualmente é também o fracasso do modelo normalmente traduzido por “cogestão” - mas que significa mais literalmente “co-determinação” - que está no cerne do compromisso entre capital e trabalho na Alemanha. Os controlos e equilíbrios falharam e esta é uma lição para a esquerda ocidental.

Romaric Godin

Depois de a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã dos Verdes ter justificado o massacre de civis palestinianos, o seu governo autorizou que o cargueiro Kathrin navegue com bandeira da Alemanha. 

Baerbock foi ao Parlamento alemão dizer que os civis palestinianos “perdem o estatuto protegido” só por Israel afirmar que escondem elementos do Hamas. Francesca Albanese diz que é uma forma de “justificar os massacres que Israel está a cometer em Gaza e noutros locais”.

O partido de Sahra Wagenknecht é o veículo de uma migração política para a direita que elimina qualquer vestígio do programa histórico do socialismo.

Jorge Costa

Todas as fronteiras internas alemãs passam a ter controlos fronteiriços, suspendendo a livre circulação de pessoas no espaço Schengen. Outros países europeus reclamam da medida. A extrema-direita europeia aplaude.

Novo fenómeno da política alemã após as recentes eleições regionais, Sahra Wagenknecht defende a aliança entre o conservadorismo em matéria social e uma política geralmente “de esquerda”. Mas o estudo do seu programa e das suas declarações torna este casamento mais que difícil.
 

Romaric Godin

Antes de sofrer duas pesadas derrotas eleitorais nas regionais da semana passada no leste do país, o chanceler alemão já tinha admitido que a posição do executivo sobre a guerra na Ucrânia o estava a penalizar nas urnas.

Pela primeira vez após a II Guerra Mundial, um partido de extrema-direita é o mais votado numa eleição de um estado alemão. Partidos da coligação de governo são os grandes derrotados também na Saxónia.

Holger Stark, o editor-adjunto do semanário alemão Die Zeit que investigou nos últimos anos a sabotagem dos gasodutos entre a Rússia e a Alemanha, resume nesta entrevista ao Democracy Now! as conclusões da investigação que aponta o dedo ao comando militar da Ucrânia. 

Um relatório oficial detalha a existência de muitos membros com ligações a grupos de extrema-direita. Na segunda-feira, um político da AfD foi multado pela segunda vez por usar um slogan nazi.

A Alemanha é o segundo país do mundo que mais vende armas a Israel. Um relatório detalha por completo o que é conhecido deste comércio manchado pelo sangue palestiniano.

Neste noticiário damos a volta ao mundo da atualidade canábica, do Nepal á Argentina, passando pela África do Sul.
 

Os ataques a candidatos da esquerda são o resultado do aumento do discurso de ódio numa campanha em que o candidato da extrema-direita foi obrigado a retirar-se após defender que os membros das SS não eram criminosos.

O ex-ministro das Finanças grego foi banido de visitar a Alemanha e até de participar em vídeo-conferências que sejam transmitidas a partir do país por participar no Congresso Palestina. Lê aqui o discurso que o causou, em que defende que “nenhum de nós é livre se um de nós estiver acorrentado”.

Duas horas depois de começar a polícia cercou o edifício e cortou a luz ao evento. Dias antes, a filósofa judia Nancy Fraser tinha sido informada pela Universidade de Colónia que já não poderia exercer como professora convidada por ter assinado a carta “Filosofia pela Palestina”.

No dia em que a Alemanha responde no TIJ sobre o apoio a Israel, contamos histórias de quem resiste ao clima de medo instalado entre quem defende a Palestina: o grupo judaico com a conta congelada, os organizadores do congresso pela Palestina com rusgas em casa ou os funcionários públicos que escreveram anonimamente a Scholz.

Investigação jornalística descobriu entre os assessores do grupo parlamentar vários elementos neonazis, identitários e conspiracionistas de grupos identificados pelos serviços de segurança estatal como extremistas de direita.