É um novo recorde e um aumento fortíssimo face ao ano anterior. Os dados preliminares de 2024 sobre crimes cometidos pela extrema-direita na Alemanha apontam para 41.406 crimes. 1.443 deles foram atos de violência física.
Estas contas ainda não estão fechadas e os registos mais tardios ainda podem aumentar este número. De qualquer forma, permitem desde já concluir que a tendência de aumento é sistemática há anos e que o ano passado escalou ainda mais. Em 2021, o número de crimes da extrema-direita naquele país tinha sido de cerca de 22 mil. Dois anos depois, o Departamento Federal de Investigações indicava terem sido acontecido 28.945 crimes desta natureza, um aumento de 23,21% face ao ano passado.
Este levantamento preliminar foi feito pelo governo federal alemão a partir de um pedido dos deputados do Die Linke. Ao jornal alemão Taz, Petra Pau, deputada daquela força política considerou que se trata de uma “tendência ascendente assustadora” e critica que “muito pouco se fez” ao longo dos últimos tempos.
Para ela, o suposto plano de ação contra a violência da extrema-direita da responsabilidade da ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, é um “tigre sem dentes”. Isto enquanto se mantém um clima de assédio contra refugiados e migrantes. Com a inação do governo e o crescimento do discurso anti-imigrantes que recentemente é reproduzido mesmo pela CDU, com um plano de endurecer a repressão à migração, o “agressores violentos de direita sentem-se cada vez mais legitimados em suas ações”, afirma.
