Transportes aéreos

Lufthansa vai despedir 4.000 trabalhadores em cinco anos

29 de setembro 2025 - 15:23

A maior transportadora aérea europeia e interessada na privatização da TAP vai cortar com milhares de empregos, sobretudo na Alemanha e de trabalhadores administrativos. O sindicato Ver.di critica este “corte drástico”.

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Avião da Lufthansa.
Avião da Lufthansa. Foto de Martin/Flickr.

Até 2030, a Lufthansa vai cortar 4.000 postos de trabalho. A maior transportadora aérea europeia anunciou esta segunda-feira que a maior parte dos trabalhadores afetados serão na Alemanha e serão do setor administrativo.

Em comunicado, o grupo alemão justifica que irá proceder à digitalização, automatização e racionalização de processos, deixando assim de contar com 4% do total dos seus trabalhadores. Acrescenta-se que o grupo quer comprar mais 230 aviões neste espaço de tempo, o que é anunciado como “a maior modernização da frota da sua história”.

Um dos candidatos a comprar a TAP

O Grupo Lufthansa tinha manifestado no início do mês a intenção de analisar “cuidadosamente” o caderno de encargos da privatização da TAP, altura em que vincava ser “o melhor parceiro” para a transportadora aérea portuguesa “e para Portugal”.

O prazo para a apresentação de propostas é o próximo dia 22 de novembro mas, à Lusa, a empresa tinha já declarado: “aguardamos com interesse a entrada no processo para avaliar os requisitos definidos pelo Governo e a viabilidade comercial de um eventual investimento”. O caderno de encargos prevê que o comprador passe a ter direito de preferência sobre a parte da TAP que ainda não será privatizada desta vez.

Sindicato critica “duramente” a “redução drástica” de pessoal

O sindicato alemão Ver.di veio já em comunicado criticar “duramente” a “redução drástica” de pessoal e exigir salvaguardas face à externalização.

O dirigente sindical Marvin Reschinsky sublinha que foram os trabalhadores que “voltaram a dar asas” ao grupo económico após a crise do coronavírus, pelo que “agora não podem tornar-se vítimas das medidas de austeridade”.

Este defende ainda que “a política de aviação alemã e europeia tem uma grande quota de responsabilidade neste desenvolvimento” porque “está a destruir empregos locais. Por isso, é tempo de o governo federal mudar de rumo e tomar medidas imediatas para preservar o tráfego aéreo alemão”.

A próxima ronda de negociação coletiva dos contratos dos cerca de 20.000 trabalhadores de terra do grupo na Alemanha começará no final do ano e o sindicato promete fazer finca-pé nesta questão.