Netanyahu ordena a invasão terrestre de Gaza

18 de julho 2014 - 0:57

Depois de uma barragem de tiros de artilharia e de bombardeios aéreos, testemunhas viram tanques do Exército israelita a atravessar a fronteira norte do território.

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Bombardeio a Gaza: Hamas diz que Israel se vai arrepender da invasão terrestre
Bombardeio a Gaza: Hamas diz que Israel se vai arrepender da invasão terrestre

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou a invasão terrestre da Faixa de Gaza na noite desta quinta-feira, e tanques do exército israelita foram vistos a cruzar a fronteira. A rede Al Jazeera cita testemunhos de bombardeios de jatos, de navios de guerra e de peças de artilharia estacionadas ao longo da fronteira no Norte de Gaza. A invasão terrestre representa uma escalada na agressão que as tropas de Israel desencadearam há dez dias, e que já conta com um balanço macabro de 231 palestinianos e um israelita mortos; 1700 palestinianos ficaram feridos.

Destruir túneis

Netanyahu e o ministro da Defesa Moshe Ya'alon afirmaram que a invasão se destinava prioritariamente a destruir túneis que ligavam Gaza a Israel, um pretexto que parece incompreensível como justificativa, pois se os túneis atravessam a fronteira bastaria destrui-los do lado de Israel.

Um porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, disse que a invasão terrestre é uma estupidez e que Israel “pagará um preço alto”. Outro representante afirmou que os tanques não assustam o povo palestiniano nem os líderes do Hamas, que governa o território.

Delegações das duas partes ainda estão reunidas no Cairo, mas as negociações não parecem ter chegado a qualquer conclusão.

Campanha longa

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Avigdor Lieberman, insinuou que a campanha militar será longa: “A notícia de um alegado cessar-fogo para amanhã (sexta) de manhã está longe da realidade”, disse. “Falei agora com o primeiro-ministro”, prosseguiu, “e ele nada disse sobre isso”.

As condições do Hamas para o cessar-fogo e o fim do conflito são que acabe o cerco a Gaza e sejam libertados dezenas de prisioneiros palestinianos libertados em 2011 mas reconduzidos à prisão neste verão.