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Urgência climática: Catarina quer menos slogans e mais compromisso

Em Portimão, Catarina Martins salientou a importância da ferrovia para combater as alterações climáticas, numa região em que nem a linha está eletrificada nem os horários cumprem as necessidades da população.
Catarina Martins no comício de Portimão | Foto de Pedro Gomes Almeida

No comício do Bloco desta quinta-feira em Portimão, Catarina Martins trouxe à campanha o tema do ambiente, afirmando que na região do Algarve “sabe-se como a urgência climática é já hoje", por exemplo com a escassez da água "com que tantos agricultores se deparam já hoje e são obrigados a abandonar a sua atividade”.

“Não há concelho que visite no Algarve que não tenha um problema de uma construção desenfreada, que não coloque o problema da pressão da orla costeira ou até, pasmemo-nos, no século XXI, de não ter saneamento básico mesmo em áreas de grande densidade populacional”, prosseguiu a coordenadora do Bloco. Para dar resposta a estes problemas, é preciso que "não nos resignemos ao desastre climático”.

Em vez "daqueles slogans que toda a gente repete", são necessárias propostas concretas "para que Portugal possa reduzir as emissões de uma forma significativa para cumprir a sua parte, ao mesmo tempo que traz justiça à vida das pessoas. E a primeira forma de o fazer é pelos transportes”, nomeadamente "que o transporte ferroviário seja uma alternativa viável que ponha o carro parado", com horários adequados às necessidades da população, referiu Catarina, que à tarde fez a viagem de comboio entre Alcantarilha e Portimão.

Para terminar, Catarina Martins vincou que “a emergência climática é um assunto sério que exige um compromisso claro e é também por isso que cá estamos”, acrescentando que “o voto no Bloco de Esquerda vai abrir os muros levantados pelo PS e erguer pontes”.

José Gusmão: “As pessoas sabem que o Bloco conta para uma maioria de esquerda”

O cabeça de lista do Bloco pelo distrito de Faro, José Gusmão, falou “do lugar que a região do Algarve tem no país”, já que “não é apenas a segunda região do país em PIB per capita, a segunda região que mais produz riqueza no país, como tem uma característica muito particular: uma capacidade exportadora que tem contribuído para compensar uma economia cronicamente deficitária do país”.

José Gusmão deu exemplos do esquecimento do poder central face a uma região que dá tanto ao país. O candidato sublinhou que o hospital central do Algarve “foi prometido em 2015, foi prometido em 2019 e agora em 2022 o PS volta a aparecer na campanha a dizer «desta vez é que é», mas na verdade as pessoas do Algarve continuam a desesperar pelo início das obras".

“A escolha não é entre António Costa e Rui Rio e também não é entre uma maioria absoluta e um pântano. A escolha é entre as maiorias que se formam na Assembleia da República e as pessoas sabem que o Bloco conta para uma maioria de esquerda e conta para uma maioria contra a direita”, concluiu.

João Vasconcelos crítica “monocultura do turismo” e as portagens na região

João Vasconcelos, o atual deputado do Bloco pelo distrito de Faro, começou por salientar a importância de eleger na região do Algarve, já que o partido “dará um grande contributo para derrotar a extrema-direita populista e racista, para combater o poder central e naturalmente para continuar a afirmar, aqui no Algarve, uma alternativa de esquerda, socialista e popular”.

O deputado bloquista criticou a “monocultura do turismo que se impôs à custa de diversas atividades económicas e do condicionamento de muitas outras" e defendeu que "uma região é mais forte e resiliente quanto mais diversificado for o seu tecido económico”. No caso do turismo, mesmo sendo aatividade criadora da maior parte do emprego, "este é precário, sazonal e com ritmos intensos de trabalho".

O fim das portagens na Via do Infante é uma lutas antiga da população algarvia. “O Bloco apresentou, desde que foram implementadas as portagens no Algarve, dezenas de propostas para acabar com as portagens, só nas últimas duas legislaturas foram quinze propostas e o PS votou sempre contra”, lembrou João Vasconcelos, finalizando com um apelo: “Faltam oito dias para terminar esta batalha eleitoral, é importante a mobilização de todos, é importante que o Bloco continue a ser força política, não só no Algarve, mas a nível nacional”.

 

 

 

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