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“Reprivatização da EFACEC é um erro”

No parlamento, a deputada Isabel Pires do Bloco acusou o governo de ter usado a nacionalização como preparação para a venda da empresa. O jornal Expresso avança que a privatização pode significar o despedimento de mais 500 trabalhadores.
Grupo de trabalhadores reunidos perto das instalações da Efacec em Leça do Balio, Matosinhos, dezembro de 2020 - Fotografia de Estela Silva/Lusa.
Grupo de trabalhadores reunidos perto das instalações da Efacec em Leça do Balio, Matosinhos, dezembro de 2020 - Fotografia de Estela Silva/Lusa.

PS aliado a toda a direita defende reprivatização

Esta sexta-feira, 29 de janeiro, foram debatidas na Assembleia da República duas apreciações parlamentares, apresentadas pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP, ao decreto-lei da nacionalização, que pretendiam manter o controlo público da empresa.

O PS, aliado a toda a direita, rejeitou qualquer proposta de alteração do decreto-lei, defendendo a reprivatização da empresa tecnológica que é estratégica para o país.

Para o Governo, a defesa do interesse público é temporária

Na sua intervenção a deputada Isabel Pires do Bloco de Esquerda acusou o governo de ter usado a nacionalização da EFACEC como preparação para a venda da empresa, relembrando que o Bloco há muito que defende o controlo público da EFACEC e que a “decisão de reprivatização, entretanto avançada pelo governo em dezembro de 2020 é um erro”.

“Lamentamos que a defesa do interesse público seja apenas temporária e que a nacionalização da Efacec tenha como real objetivo preparar a empresa para ser vendida, ‘no mais curto prazo possível’”, afirmou Isabel Pires, sublinhando que é isso que está no decreto-lei e que o Bloco quer reverter.

A deputada bloquista salientou que a empresa tem “um valor económico e estratégico incontornável e que pode ser o motor da transição energética no país”, explicando que “a transição para uma economia mais verde e circular exige uma forte aposta na eletrificação das economias e das sociedades” e que a Efacec “pode fazer cumprir esse desígnio enquanto empresa tecnológica com profundos conhecimentos técnicos” nessas áreas.

“A proposta que temos para votação é simples e responde a este desígnio de transição energética, responde aos anseios de milhares de trabalhadores e responde à defesa dos postos de trabalho” destacou ainda Isabel Pires, frisando que “responde acima de tudo às necessidades do país, porque uma reprivatização seria neste contexto um erro”.

Os grandes sacrificados são os trabalhadores”

O jornal Expresso, desta sexta-feira, anunciou (notícia aqui só para leitores) que a privatização avança com corte de custos laborais e despedimento de trabalhadores. A empresa poderá ser privatizada até meio do ano e os candidatos à compra entregarão propostas até março.

O jornal revela que as contas da empresa se estão a degradar, que os candidatos a donos da empresa receberam e que está previsto um “agressivo” plano e uma reestruturação a ter início antes da privatização. Esse plano prevê um corte de custos de 15 milhões de euros.

“Os grandes sacrificados são os trabalhadores”, refere o jornal, apontando que o plano da administração da EFACEC, liderada por Ângelo Ramalho, quer que os custos laborais desçam de 65 milhões para 50 milhões de euros, o que poderá significar um despedimento de mais cerca de 500 trabalhadores.

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