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Portugal propõe criação de grupo de trabalho para discutir Almaraz

Portugal vai propor a criação de um grupo de deputados luso-espanhol para analisar as questões relacionadas com a central nuclear de Almaraz.
Para Pedro Soares, a unanimidade em torno da rejeição de Almaraz obriga o governo espanhol a tomar decisões. Foto de Nosoyundominguero.es/Flickr
Para Pedro Soares, a unanimidade em torno da rejeição de Almaraz obriga o governo espanhol a tomar decisões. Foto de Nosoyundominguero.es/Flickr

A reunião, a decorrer esta quinta-feira, partiu de um convite do presidente da comissão espanhola, Ricardo Sixto, e terá lugar no Congresso dos Deputados, em Madrid.

O deputado do Bloco e Presidente da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, Pedro Soares afirmou que na reunião pretende-se “encontrar formas de cooperação, de trabalho conjunto entre estas duas comissões que levem a que haja uma solução justa tanto para Espanha como para Portugal” em relação à atividade da central nuclear de Almaraz

O parlamentar bloquista citado pela Lusa acrescentou ainda que "há já por parte da Comissão de Ambiente a indicação de que seria favorável à criação de uma comissão parlamentar ibérica que aborde esta matéria e essa é uma das propostas que vou fazer".

Pedro Soares sublinhou ainda que "há um posicionamento muito convergente em termos políticos no nosso país que é uma coisa rara no sentido de, não só condenar a construção do armazém temporário, mas também de pressionar as autoridades espanholas para o encerramento da central nuclear de Almaraz".

A unanimidade em torno da rejeição da central é para Pedro Soares importante porque desta forma obriga o executivo espanhol a decidir sobre o prolongamento ou não da central, além de "colocar esta questão também na agenda em Madrid".

"O problema que está colocado não é de política energética; é de segurança e esta questão tem de ser tratada de forma ibérica pelos dois países, com todo o respeito pela soberania, mas também com toda a compreensão de que o limite da fronteira administrativa não é limite para a progressão da nuvem radioativa", avançou Pedro Soares.

A unanimidade em torno da rejeição da central é importante para Pedro Soares, porque desta forma obriga o executivo espanhol a decidir sobre o prolongamento ou não da central, além de "colocar esta questão também na agenda em Madrid".

A intransigência do governo espanhol 

Recorde-se que no final de dezembro, o governo espanhol autorizou "a execução e montagem (...) do Armazém Temporário Individualizado (ATI) da Central Nuclear Almaraz", sem ter tido em conta o projeto de resolução aprovado pelo parlamento português que pedia o encerramento da central, e que se referia à construção do ATI como uma demonstração "da sua política de extensão do prazo de vida desta central nuclear".

A proximidade da central nuclear à fronteira com Portugal, bem como  as falhas de funcionamento acumuladas nos últimos anos, conduziram já a que o parlamento português aprovasse uma resolução apresentada pelo Bloco a favor do encerramento da central nuclear.

Entretanto, o Conselho de Segurança Nuclear espanhol já comunicou nesta terça-feira mais um incidente na central nuclear.

Este incidente segue-se a outros sete registados ao longo de 2016, e está relacionado com a falha no funcionamento de um dos botões que serve para verificar o funcionamento dos geradores a diesel, que são acionados automaticamente em caso de falha do arranque das bombas de água que servem a central.

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