Jerónimo Martins volta a ser multada na Polónia por enganar consumidores

27 de April 2021 - 10:36

Nas lojas da rede de supermercados Biedronka, “os consumidores foram frequentemente expostos a falsas declarações” sobre a origem dos produtos, diz o regulador polaco. Esta é a terceira multa que aplica em menos de um ano aos donos do Pingo Doce.

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loja Biedronka
Foto ☮/Fluckr

O grupo Jerónimo Martins está outra vez a contas com a Autoridade da Concorrência e Defesa do Consumidor na Polónia, desta vez por induzir os consumidores em erro quanto ao país de origem dos legumes e frutas expostos nos supermercados. Uma investigação aberta em maio de 2020 verificou que havia frutas e legumes rotulados de forma incorreta com o país de origem em mais de um quarto das duas centenas e meia de lojas inspecionadas dos supermercados Biedronka.

Segundo o Jornal de Negócios, que cita a acusação conhecida esta segunda-feira, o grupo que detém em Portugal a cadeia de supermercados Pingo Doce foi multado em 60 milhões de zlotys - 13,2 milhões de euros - por "induzir os consumidores em erro quanto ao país de origem dos legumes e frutas, o que pode ter distorcido as suas decisões de compra".

Na prática, os rótulos dos produtos expostos nos supermercados e que referem o país de origem dos legumes e frutas não correspondiam ao país de origem que constava na embalagem coletiva ou nos documentos de entrega. O regulador aponta ainda que "essas violações foram sistemáticas e duradouras".

"Os consumidores estão cada vez mais atentos ao país de origem dos produtos. Muitas pessoas são movidas pelo patriotismo económico nas suas escolhas porque querem apoiar os produtores polacos. Para outros, o transporte de alimentos é importante, o que pode afetar a quantidade de pesticidas usados ou a pegada de carbono que é prejudicial ao meio ambiente durante o transporte", sublinha Tomasz Chróstny, presidente da UOKiK, citado pelo Negócios.

Esta é a terceira multa aplicada à Jerónimo Martins na Polónia em menos de um ano e a de menor valor, depois de ter sido condenada a pagar em agosto 26 milhões por praticar preços diferentes dos expostos nas prateleiras e em dezembro 163 milhões por impor descontos aos fornecedores de forma arbitrária. A empresa recorreu de ambas as condenações.