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Greta Thunberg: “Líderes não reconhecem emergência”

Esta quarta-feira, Greta Thunberg criticou a cimeira do clima da ONU, acusando os países de procurarem subterfúgios de forma a poderem continuar a poluir, e defendeu que fossem feitos “cortes reais e drásticos nas fontes de emissão” de dióxido de carbono.
Fotografia: página de Instagram de Greta Thunberg
Fotografia: página de Instagram de Greta Thunberg

Greta Thunberg interveio num dos plenários da COP25 da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Madrid, dizendo que a cimeira, que devia concentrar-se em “soluções políticas”, está a ser “uma oportunidade para os países negociarem subterfúgios e evitarem aumentar a sua ambição”.

Greta afirmou ainda que os líderes mundiais “não se comportam como se houvesse sentido de emergência” e que deve haver “pressão popular” para que esta atitude mude. Assim, considera que “a esperança não vem das empresas ou dos governos mas das pessoas que começam a acordar e estão prontas para se unir”.

Para já, afirma que os líderes mundiais – governos e CEOs – procuram “medidas inteligentes para evitarem ações reais”. No seu entender, estabelecer metas de neutralidade carbónica para 2050 “não é liderar, é enganar”, enquanto não forem incluídas as emissões de gases com efeito de estufa provenientes da aviação, do tráfego marítimo e do comércio externo. Para mais, caso os países não estabeleçam metas anuais de redução de emissões, ser neutro em carbono em 2050 "não terá efeito", já que as emissões continuarão até lá.

Greta lembrou ainda que “9,3 biliões de dólares foram gastos em combustíveis fósseis” desde a celebração do Acordo de Paris para a limitação do aquecimento global, em 2015.

Assim, a ativista sueca defendeu que fossem feitos “cortes reais e drásticos nas fontes de emissão” de dióxido de carbono.

A COP25 tem ainda sido palco de várias manifestações de ativistas pelo clima. Ainda esta segunda-feira, dezenas de ativistas manchados de líquido negro, simbolizando o petróleo, carvão e gás, deitaram-se à porta da cimeira em protesto contra a presença das multinacionais dos combustíveis fósseis nos corredores do poder e da decisão desta COP25.

Na madrugada de terça-feira, dezenas de ativistas do movimento Extinction Rebellion tentaram acampar junto à entrada da cimeira, protestando contra o assassinato de ativistas e defensores dos territórios indígenas. O acampamento acabou por não ser feito devido a ação policial, que retirou as tendas e identificou os participantes.

Na sexta-feira passada, meio milhão de pessoas juntou-se em Madrid pelo clima. Nesse dia, Greta Thubertg voltou a acusar os líderes mundiais de estarem a trair as pessoas com a sua inação face à emergência climática.

Ler também: Marcha pelo Clima em Madrid: "A mudança virá, quer queiram, quer não"

Presente na manifestação, Catarina Martins sublinhou a necessidade de “alterações concretas” nas políticas ambientais, dizendo que a COP25 deveria ter “metas vinculativas” para a neutralidade carbónica, não criar um mercado de carbono e salvar a floresta tropical.

 

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