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O samba como movimento político: conferência cantada

O samba surge na história como resposta a um projeto civilizatório excludente. Este processo, que consiste na violenta perseguição, marginalização e aniquilação de identidades coletivas, vem sendo levado a cabo desde o início da colonização do Brasil, e persiste até os dias atuais, tendo assumido diversas faces e estratégias ao longo da história. Sem sombra de dúvida, o elemento mais importante deste processo, o que mais influenciou a definição dos traços culturais brasileiros, foi a escravatura.
A sua abolição, em 1888, nem de longe significou o fim do racismo, pelo contrário. Foi precisamente por causa do racismo entranhado na sociedade e nas instituições do país, que as consequências e heranças do período escravocrata no Brasil pós-abolição não foram enfrentadas com espírito de justiça, mas antes com a preocupação em manter as desigualdades e privilégios históricos.
É nesse cenário que emerge o samba, não apenas como gênero musical, mas como um vasto complexo cultural atravessado por saberes e práticas capazes de articular comunidades locais e recriar laços de identidade e pertencimento que haviam sido destroçados pela escravatura.
Mesmo após mais de um século de história, o samba ainda conserva sua força mobilizadora dentro e fora de suas comunidades originais, além de funcionar como repositório da memória coletiva do país. Da sua trajetória ainda podemos tirar lições valiosas para a atuação política.
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