2º dia do Fórum Socialismo: 18 painéis em debate

O Socialismo 2019 terminou este domingo a sua ronda de debates. O esquerda.net assistiu a algumas das 18 sessões do dia.

01 de setembro 2019 - 16:51
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Fotografia de Paula Nunes
Fotografia de Paula Nunes

Este domingo, deu-se o último dia do Fórum Socialismo 2019. Houve 18 painéis ao todo, 12 durante a parte da manhã, 6 durante a da tarde. Aqui, foram discutidos assuntos que vão desde a precariedade às pluridiscriminações de género; da greve climática às alternativas de integração à praxe; da integração dos surdos à história do fascismo ou ao samba como prática política ou à crise política no Brasil.

Às dez da manhã, Sandra Cunha e Cyntia de Paula iniciavam um debate sobre a desigualdade de géneros e a subrepresentação das mulheres em empresas ou na Assembleia da República. Aqui, foram debatidas as discrepâncias entre as bases salariais ou os salários médios entre homens e mulheres, as duplas jornadas de trabalho e uma visão conservadora e partriarcal inerente às e perpetradora das desigualdades de género. Esta última teve uma referência particular, na medida em que desvaloriza, de acordo com as oradoras, setores e profissões tendencialmente femininos e atribui às mulheres o papel social de cuidadoras. Isto é, de acordo com as mesmas, visível até na forma como são distribuídas as licenças de parentalidade.

Ainda da parte da manhã, Carlos Santos iniciou um debate sobre a Venezuela. O orador relembrou a “tremenda crise” que o país vive há cinco anos, “com queda de 90% do salário, falta de produtos essenciais, hiperinflação”. Para mais, as “sanções dos EUA agravam a vida difícil das pessoas e do país, mas o povo recusa a invasão”. “Esta crise”, afirmou o orador, “é implosão do modelo extrativista rentista do petróleo e é dramático que Maduro queira ampliá-lo agora a outros minerais, o que constituiria mais um ataque contra a Amazónia".

Da parte da tarde, Luca Argel deu início a uma conferência cantada sobre a história do samba. O cantautor referiu ainda a sua “experiência de sair do Brasil e trabalhar com samba fora do Brasil”:

“A imagem que as pessoas têm do samba está associada ao Carnaval, a uma ideia de entretenimento alienado, de alegria sem porquê, o que é um equívoco”, referiu.

Sublinhando a ideia de que “o que espanta a miséria é a festa”, Argel acrescentou que “não é mentira que o samba seja uma música comemorativa”, sendo ainda “um modelo de resposta a um modelo escravocrata e discriminatório”. Assim, “existe por causa dele, não apesar dele”.

“Era preciso uma forma de alegria”, afirmou, referindo-se ao nascimento do samba. “A invenção de alegria era a grande lição do samba”, terminou.

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