José Joaquim Ferreira dos Santos

José Joaquim Ferreira dos Santos

Reformado. Ativista do Bloco de Esquerda em Matosinhos. Escreve com a grafia anterior ao acordo ortográfico de 1990

As forças democráticas devem encarar formas de se oporem ao avanço da extrema-direita, na política, na sociedade, na cultura e na economia, em conjunto, sem preconceitos, ultrapassando diferenças e sectarismos.

Esta é a realidade do governo da AD, a destruição dos serviços públicos, e a inadmissível submissão às posições da extrema-direita. Será contra este estado de coisas que teremos que construir unidade na luta com todos os que assim quiserem, pela dignidade humana e pela Paz.

A democracia, sob pena de se autodestruir não pode aceitar as fórmulas neoliberais do individualismo e do egoísmo selvagens que procuram subverter tudo o que foi conquistado pelos trabalhadores, em termos de direitos do trabalho e do Estado Social.

O combate pela democracia e pela liberdade é o combate por um novo contrato social, que estabeleça a igualdade, o cuidado e o ambiente como princípios, contra o obscurantismo e o retrocesso, que faça valer a comunidade contra o egoísmo e a esperança contra o ressentimento.

Tomar conhecimento do passado e reflectir criticamente sobre o mesmo ajuda à consciência cidadã e à democracia, a prevenir-se contra os avanços da extrema-direita, que tudo fará para destruir o Estado Social pondo em causa os Direitos Humanos e a Justiça Social.

Para evitar um governo de esquerda, Macron não hesitou em aliar-se a essa mesma extrema-direita, como tem vindo a ser habitual nos partidos liberais por toda a Europa. A esquerda europeia deve manifestar a sua solidariedade com a Nova Frente Popular.

A solução para os muitos conflitos que estão a acontecer no mundo é a negociação intermediada pela ONU e o cessar-fogo imediato, e no caso da Palestina o seu reconhecimento como estado soberano pela comunidade internacional.

Criar uma alternativa ao neoliberalismo, mais forte, credível, passível de ser amplamente divulgada e entendida, deverá ser o papel da esquerda, saltando sobre sectarismos bafientos, mas também capaz de dar resposta, hoje, às preocupações das novas gerações.

A Esquerda, que não tem acesso ao poderio económico que a direita possui, tem que se reconstruir e actualizar, aprofundando o debate crítico comum, sem perder os seus princípios, no sentido de afrontar culturalmente a direita e os pseudovalores que propõe.

A judicialização da política, isto é, a tentativa de resolução de problemas políticos pela via judicial, constitui, sempre, um perigoso precedente de prática antidemocrática.