O ano de 2025 começa mal para os trabalhadores de todo o Mundo, com poderes oligárquicos a levantar a cabeça por todo o lado, apoiados no neoliberalismo e tendo como tropa de choque a extrema-direita.
Para além das diferentes guerras expansionistas, eufemisticamente designadas por conflitos, numa continuação da guerra fria, mas com episódios já bastante quentes, que tendem a alastrar por todo o globo, desde a Europa à Africa e ao Médio-Oriente, mas com implicações na América do Sul e noutras geografias, a que se acrescenta, também o grave problema das alterações climáticas.
A temperatura do Planeta ultrapassou pela primeira vez mais de 1,5 graus o máximo, tendo como ponto de partida pré-industrialização que se verificava anteriormente à industrialização, e é este aquecimento global que tem provocado as profundas alterações do clima, bem patentes no meio ambiente.
São, assim, as secas profundas, que levam à desertificação, as chuvas catastróficas que provocam cheias, as mutações nas correntes marítimas que formam tufões e furacões, tempestades e incêndios de proporções gigantescas, tudo isto provocando um número de vítimas enorme e prejuízos incalculáveis.
No entanto estas evidências tão claras aos olhos da maioria da população continuam a ser negadas por uns tantos que se recusam a aceitar que seja a intervenção humana a causa maior destas anomalias planetárias.
É verdade que sempre existiram alterações climáticas, levando à alternância de períodos de aquecimento, intermédios e de arrefecimento ao longo da história da Terra, mas a velocidade dos ciclos de alteração a que temos assistido não se compadece com comparações irrealistas e de caracter negacionista, com os ciclos longos vividos em tempos longínquos.
Está hoje cientificamente provado que o aquecimento global que se verifica no Planeta tem como principal responsável a queima de combustíveis fósseis de forma completamente descontrolada, por veículos automóveis, pela indústria e pelo aquecimento, mas também pelos grandes incêndios florestais e outros, a que vimos assistindo.
Outro factor que influi de forma considerável nas alterações climáticas são as desflorestações sistemáticas, por exemplo na Amazónia e em África, para exploração de madeiras e para plantações intensivas e criação de gado.
Embora tenham vindo a ser feitos importantes esforços para conseguir alternativas ao uso de combustíveis fósseis, as pressões feitas por parte dos interessados na manutenção do status quo na utilização desses combustíveis, tende a privilegiar financeiramente esses industriais, banqueiros e especuladores.
Como sempre tem acontecido, o capitalismo é dotado de uma enorme capacidade de adaptação a situações adversas e em absorver aquelas que não consegue vencer. É assim que surge o chamado capitalismo verde. Dificilmente se pode acreditar que esteja preocupado com as questões do ambiente, a sua única obsessão reside, na realidade, na manutenção dos seus lucros absurdos.
Um exemplo disso são os automóveis elétricos, que pré existiram aos de combustão, mas que o lóbi petrolífero deixou para trás. Hoje são apresentados como não poluentes, mas essa é uma afirmação que não é verdadeira. A pegada ecológica destes permanece enorme, quer a montante, quer a jusante, pois as baterias que utilizam são altamente poluentes na sua criação e a curta duração das mesmas acarreta problemas grandes com o armazenamento dos resíduos.
A indústria de automóveis movidos a energia eléctrica, é um grande negócio, mercê de uma publicidade intensiva e pouco honesta, está sujeita a um proteccionismo, até há pouco inaceitável, na Europa e nos Estados Unidos. A livre concorrência por parte da China fica, assim, comprometida. Para isso não deve ser estranho que uma das marcas de automóveis eléctricos mais vendidos seja pertença de Elon Musk, um dos multimilionários ultra-direitistas, apoiante de Trump e também da extrema-direita europeia.
Os direitos dos trabalhadores, bem como a própria democracia são postos em causa pela aliança entre oligarcas e extrema-direita, com a manifesta debilidade da direita dita democrática.
Assim, as forças democráticas, partidos, sindicatos e outras organizações devem encarar formas de se oporem ao avanço da extrema-direita, na política, na sociedade, na cultura e na economia, em conjunto, sem preconceitos, ultrapassando diferenças e sectarismos. Colocando a defesa duma democracia com futuro à frente dos combates internos.
Só assim será possível alcançar uma sociedade mais inclusiva, mais forte onde os verdadeiros problemas que se colocam à humanidade sejam encarados com alguma possibilidade resolução. Começa a não sobrar muito tempo.
