Esta elite tecnofascista que não hesita em estender o braço ao alto quando traída pela emoção é a mesma que vai “educando” crianças e jovens em todo o mundo, via vídeos do Tik Tok, do YouTube ou reels do Instagram.
Não deixa de ser curiosa esta ambiguidade de um PS que vai sendo cada vez menos socialista e cada vez mas populista. Não será, por isso, surpreendente se esta corrente engrossar à medida que o prazo para as autárquicas for minguando.
Só o financiamento público do jornalismo permitirá a criação de projetos independentes e de qualidade, que constituam uma plataforma de salvação de um dos patrimónios mais importantes da História. E, à boleia dessa jangada, salvar uma democracia que parece talhada para o seu próprio hara-kiri.
A verdade é que se instalou uma crença de que ofender e discriminar pessoas de nacionalidade estrangeira, sobretudo de países africanos e asiáticos, é normal e aceitável. E as crianças começam a pensar o mesmo, porque é o que ouvem em casa, à mesa do jantar, na TV ou nos passeios de fim-de-semana.
Desde 2008, e segundo dados do Tribunal de Contas, os bancos portugueses custaram ao bolso dos contribuintes mais de 23 mil milhões de euros. Entre BES, BPN, BPP, Banif e outros, o valor ascendeu a quase três vezes o orçamento anual da Educação.
É preciso que as escolas deixem de constituir um perigo para as crianças que lá brincam e crescem. E não adianta embarcar nessa dança feia do passa culpas porque a culpa é de quem deveria ter feito obras e preferiu poupar a verba.
Não fosse a comunidade imigrante, sobretudo a que vem de países africanos, asiáticos, do Brasil e do leste europeu e a economia portuguesa estaria muito pior, com especial incidência em setores considerados chave para o modelo de desenvolvimento económico atual.
Não deixa de ser interessante como o mundo liberal é engenhoso na hora de encontrar formas de compensar os funcionários das empresas com tudo e um par de botas que não seja dinheiro ao fim do mês.
Não se assistiu a ninguém a evocar a quarta ou a quinta emenda em Manhattan, não se viram motins em Florença nem o êxodo em Berlim. Barcelona continua a ter as ramblas e Paris a Torre Eiffel. E dizem que Dallas ainda tem o J.R.
Os jovens não precisam de políticos – católicos ou não – a exigir maior participação na vida. Os jovens de hoje precisam de casas, de conseguir pagar a conta do supermercado e de salários que lhes permitam um pouco mais do que sobreviver sem ter de trabalhar 12, 14 ou 16 horas por dia.