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Zero queixa-se a Bruxelas do novo projeto turístico em Arrábida/Espichel

Ambientalistas denunciam que os projetos imobiliários em curso transformam a a Zona Especial de Conservação Arrábida/Espichel numa “Zona Especial de Construção”. A Zero alerta ainda que a rede Natura 2000 está de novo sob ameaça.
Farol do Cabo Espichel – Foto de Duca696, disponível em https://pt.wikipedia.org/
Farol do Cabo Espichel – Foto de Duca696, disponível em https://pt.wikipedia.org/

Em comunicado, a Zero divulga que terminou a 23 de agosto a consulta pública do estudo de impacto ambiental do empreendimento turístico Reserva Idiluz, uma propriedade de 83,2 hectares situada na Zona Especial de Conservação Arrábida/Espichel, “nas imediações do Parque Natural da Arrábida e da Zona de Proteção Especial (ZPE) do Cabo Espichel”, que prevê a construção de 112 unidades de alojamento e respetivas estruturas de apoio.

A associação ambiental aponta que este é mais um projeto dentro da Rede Natura 2000 e denuncia que existem mais empreendimentos turísticos para a mesma área, entre a Aldeia do Meco e o Cabo Espichel: o primeiro, inserido numa propriedade de 153 ha e para 88 quartos; o segundo, numa área de 20 ha e 95 unidades de alojamento; o terceiro, numa área de 30 ha, prevendo um aparthotel com 411 unidades de alojamento. Estes três projetos incluem unidades de apoio e a associação salienta ainda que na área existe o parque da Campismo Campimeco e o santuário do Cabo Espichel vai ser requalificado para turismo de residência.

A Zero denuncia o apoio da Câmara Municipal ao projeto, que “já seria de esperar o apoio a todos os projetos que possam trazer mais crescimento económico”, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. A associação considera que a “postura facilitadora” do ICNF e da CCDR “é demonstrativa de uma clara influência dos agentes económicos junto do poder político, favorecendo de forma evidente interesses privados.”

A Zero aponta que a implementação destes projetos “conduzirá inevitavelmente a uma perda do valor ecológico da zona, a perdas muito substanciais da integridade dos ecossistemas e a uma perda de eficácia da Rede de Corredores Ecológicos da Área Metropolitana de Lisboa”.

A associação ambientalista alerta que as ameaças têm “enorme significado”, sublinha nomeadamente que os empreendimentos em conjunto dervirtuarão as “caraterísticas ainda semirrurais da região” e que haverá um aumento da “pressão humana” sobre os ecossistemas estabelecidos, na fauna e flora e terá implicação na necessidade de infraestruturas e equipamentos de apoio.

A Zero assinala que “a eventual aprovação deste empreendimento é mais uma vez demonstrativo da incapacidade e da permissividade dos poderes públicos" e anuncia que fez queixa à Comissão Europeia em relação a dois projetos já aprovados e irá atualizar a queixa em relação a um projeto recentemente aprovado e ao projeto do empreendimento turístico Reserva Idiluz.

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