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Zero afirma que novos investimentos na rede de gás natural é “andar para trás”

A organização ambientalista considera que os novos investimentos “estão desalinhados dos objetivos climáticos e da eficiência energética” e que os investimentos na expansão da rede de gás devem ser travados.
Zero defende que os investimentos na expansão da rede de gás devem ser travados
Zero defende que os investimentos na expansão da rede de gás devem ser travados

A ZERO participou na consulta pública sobre os planos de desenvolvimento e investimento nas redes de distribuição de gás para 2023 - 2027 (PDIRD-G 2022), promovida pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e posiciona-se em comunicado.

Desalinhamento com objetivos climáticos e independência energética

A associação ambientalista aponta que “existe um claro desalinhamento entre a expansão da utilização de gás fóssil proporcionada pelos novos investimentos previstos e os objetivos climáticos e energéticos do país e da União Europeia”. E alerta que os investimentos poderão ser concretizados até 2027 e a amortização pode ir além de 2050, tendo consequências de longo nas emissões de gases.

A ZERO alerta que existem consequências no tarifário que são um “risco sério para os consumidores” e estes “terão de suportar a subutilização das infraestruturas e os seus custos irrecuperáveis”, de notar que os investimentos serão “financiados por todos os consumidores de gás”.

O comunicado sublinha também que os investimentos são “contrários ao objetivo da Comissão Europeia” de reduzir oconsumo de gás em, pelo menos, 30% até 2030 face a 2019 e contrários também ao objetivo do RePowerEU, de uma redução de gás de mais de 50% do consumo em 2019.

“Redução do consumo de energia é a forma mais limpa e mais barata"

No comunicado, a associação expõe que defende que a “redução do consumo de energia é a forma mais limpa e mais barata de a sociedade se desabituar do gás (ou de qualquer outro combustível fóssil) e de cumprir os compromissos climáticos da UE para 2030". Sublinha assim que a poupança de energia deve receber a relevância que merece e destaca também que as lições da atual crise energética devem ser retiradas e incluídas nos planos de investimento, nomeadamente “a do risco de expor os consumidores à volatilidade dos preços de combustíveis fósseis, promovendo em contrapartida soluções limpas e de menor custo”.

vários países europeus “têm vindo a decretar o fim de caldeiras e esquentadores a gás em novas habitações” e “a ZERO defende mesmo que a UE tome uma medida idêntica em toda a União com efeitos a partir de 2025”

O comunicado refere também que o alargamento da rede de distribuição de gás não é a melhor opção custo/eficácia para o aquecimento, apontando que existem outras soluções, nomeadamente as baseadas em bombas de calor, que consomem eletricidade, com “eficácia energética várias vezes superior à do aquecimento a gás”. “Neste contexto, o alargamento das redes de distribuição de gás constitui assim um custo acrescido para o conjunto dos consumidores”, denuncia a associação ambientalista”.

Salienta ainda que vários Estados-Membros da União Europeia (UE) e outros países europeus “têm vindo a decretar o fim de caldeiras e esquentadores a gás em novas habitações”. É o caso dos Países Baixos (2026), da Alemanha (2024), da Áustria (2023) ou do Reino Unido (2025), e “a ZERO defende mesmo que a UE tome uma medida idêntica em toda a União com efeitos a partir de 2025”.

A terminar, a ZERO afirma que os planos devem ser revistos e “mais concretamente os investimentos na expansão da rede de gás devem ser travados”.

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