Solidariedade com a Palestina

Universidade do Minho condenou genocídio, estudantes terminam a acampada

27 de junho 2024 - 11:32

O Coletivo de Estudantes pela Palestina da UM destaca a solidariedade que sentiu de toda a comunidade académica e os vários votos de solidariedade com a Palestina em diferentes órgãos da academia. Agora, prometem continuar a luta de outras formas.

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Coletivo de Estudantes pela Palestina da Universidade do Minho
Coletivo de Estudantes pela Palestina da Universidade do Minho.

Em conferência de imprensa esta terça-feira, o Coletivo de Estudantes pela Palestina da Universidade do Minho deu por bem empregues os 28 dias de acampamento estudantil nesta instituição de ensino superior.

O balanço que fazem é de “bastante solidariedade da comunidade académica, desde professores, estudantes e até funcionários”, destacando-se uma postura da reitoria que optou por deixar que se realizasse o protesto pacífico, ao contrário de outras universidades onde as direções chamaram a polícia para acabar com as ações dos estudantes: “é de salientar e louvar a posição da nossa universidade”, consideram.

Os estudantes estão convencidos que o que fizeram “serviu para alguma coisa e ajudou a que fosse tomada uma posição”. Referem-se ao voto de solidariedade com a Palestina do Conselho Geral da Universidade aprovado por unanimidade na passada sexta-feira. Mas também a outros votos de solidariedade do Senado, da Escola de Arquitetura, Arte e Design, do Instituto de Ciências Sociais e da Escola de Medicina.

Por isso, depois de “quatro semanas duras” decidiram acabar com o acampamento mas garantem que isso “não é o fim do movimento, continuaremos a lutar, a denunciar e a apelar ao boicote de todos os eventos organizados ou promovidos de forma direta ou indireta pela Universidade do Minho que incluam oradores ou que contem com a colaboração de universidades israelitas”.

Nos próximos tempos apontam como objetivo a retirada da bandeira de Israel da Escola de Medicina da Universidade do Minho e também é provável que se proteste contra um orador que vai à Escola de Letras e “defende a pena de morte daqueles que apoiam a resistência palestiniana”. A caracterização é feita por Luís Soares Barbosa, professor na instituição e um dos autores do manifesto “Calar é consentir” que juntou 80 docentes da UM, citado pela Rádio Universitária do Minho. Este diz ter de reagir porque “não me sinto confortável a ver alguém na minha universidade a querer a minha morte”.

O coletivo estudantil pretende que se aja também pela positiva e apela à “criação de projetos de cooperação e de assistência humanitária para com o povo palestino, as instituições de ensino e todas as entidades da Palestina que sintam a necessidade desse apoio”.

Na sua deliberação de 21 de junho, aliás, o Conselho Geral da instituição enfatizava que “a colaboração académica e científica da Universidade do Minho com universidades palestinianas e israelitas, e o apoio à reconstrução do sistema de ensino superior e de investigação na Palestina, será uma forma de contribuir para a criação de condições promotoras da compreensão e da cooperação entre os povos”.

Isto para além do apelo “ao fim imediato de todas as atividades militares em Gaza” e da condenação de “todas as ações que resultem na punição coletiva, no genocídio e na violação dos direitos fundamentais da humanidade”.