Unilever despede 7.500 e vai desfazer-se dos gelados

19 de março 2024 - 19:25

A multinacional vai iniciar um programa de corte de empregos que durará três anos e que diz afetar sobretudo empregos nos escritórios. Para além disso, vai vender o seu negócio de gelados que inclui as marcas da Olá e Ben & Jerry's.

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Unilever. Foto de  Sean Biehle/Flickr.
Unilever. Foto de Sean Biehle/Flickr.

Durante os próximos três anos, a Unilever vai desfazer-se de 7.500 dos 128.000 trabalhadores que tem em todo o mundo (5,9% do total). O plano de “reestruturação”, anunciado por Hein Shumacher, CEO da multinacional britânica-neerlandesa de produtos de higiene e alimentação, tem como objetivo declarado reduzir 800 milhões de euros em “despesas” e anuncia-se que serão os trabalhadores dos escritórios os mais afetados.

A justificação para os cortes é a mesma de sempre: resultados “dececionantes” em 2023 e necessidade de investimento em tecnologia para aumentar a produtividade. Pretende-se portanto “fazer menos coisas, melhor e com maior impacto” na linguagem empresarial apresentada para chegar a um crescimento de vendas entre 4 a 6% e num aumento de lucros

O fazer menos coisas, numa empresa que tem mais de 400 marcas no mercado, traduzir-se-á também em concreto na venda até 2025 das suas marcas de gelados, que incluem as tradicionais da Olá e da Ben & Jerry's. A divisão de gelados da empresa alcançou um total de vendas a nível mundial de 7,9 mil milhões de euros.

Schumacher tinha já dito que a Unilever se deveria concentrar nas 30 marcas mais rentáveis da empresa que correspondem a 70% das vendas totais. E, em declarações à BBC, Ian Meakins, presidente e diretor não executivo da empresa, acrescenta que “a separação do setor dos gelados e a aplicação do programa de produtividade ajudarão a criar uma Unilever mais simples, mais focada e com maior desempenho” e “também criará um negócio de gelados líder mundial, com fortes perspetivas de crescimento e um futuro emocionante como negócio independente”.

De acordo com o Jornal de Negócios, estes anúncios fizeram com que a empresa se valorizasse em bolsa 3,75%, destacando-se nos ganhos a nível europeu.