Após a audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, o deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional dos Açores e coordenador regional do Bloco/Açores foi claro ao afirmar que a crise política, decorrente da rejeição do Orçamento, resulta do facto de o Governo nunca ter trazido estabilidade aos Açores e à vida das pessoas nos Açores, e de nunca ter apresentado soluções para os problemas com que se confronta a Região Autónoma.
Os responsáveis são, portanto, óbvios: os partidos do Governo e os partidos que apoiaram o executivo.
De acordo com António Lima, o processo de debate do Orçamento dos Açores “foi o culminar dessa instabilidade e levou à sua rejeição”.
Sublinhando que a rejeição do Orçamento “não tem de levar sempre a eleições antecipadas”, o líder do Bloco Açores frisou que, “neste contexto, tendo em conta que o chumbo do Orçamento foi também uma rutura que já vinha de trás”, uma saída para este impasse “significa a realização de eleições antecipadas a breve prazo”.
Sobre a data das eleições, António Lima destacou que as mesmas não se podem realizar na mesma data que as eleições legislativas nacionais, já que isso representaria uma “desvalorização da autonomia e dos problemas dos Açores”. Por outro lado, o dirigente bloquista apontou que é fundamental assegurar “que as campanhas eleitorais não se misturam”, para que os partidos “possam apresentar as suas propostas e as pessoas fiquem esclarecidas”.
Marcelo Rebelo de Sousa chamou os partidos com assento parlamentar nos Açores a Belém para determinar se avançará com a dissolução da Assembleia Legislativa dos Açores, o que só poderá acontecer depois de auscultado o Conselho de Estado.
O Plano e Orçamento dos Açores mereceu o voto contra do PS, Bloco, e IL, as abstenções do PAN e do Chega. Apenas os partidos que integram a coligação - PSD, CDS e PPM votaram a favor. A IL rompeu o acordo de incidência parlamentar com o PSD em março.