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Trump defende soberania de Israel sobre os montes Golã
“Depois de 52 anos é tempo dos Estados Unidos reconhecerem plenamente a soberania de Israel sobre os montes Golã, o que é de importância estratégica crítica e de segurança para o Estado de Israel e a Estabilidade Regional!” Pelo twitter, o presidente norte-americano mudava assim uma peça importante da política externa norte-americana depois de ter anunciado o ano passado a mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém.
Mas este não foi um dos seus twetts extemporâneos. A administração avançou a informação de que este anúncio estava a ser preparado há dias em articulação com o secretário de Estado Mike Pompeo, o conselheiro Nacional de Segurança, John Bolton, o enviado para o Médio Oriente, Jason Greenblatt, e o embaixador em Israel, David Friedman.
Os montes Golã eram território sírio e foram ocupados por Israel em 1967 durante a guerra dos 6 dias. Em 1981, Israel declarou o território anexado, o que nunca foi reconhecido internacionalmente.
A declaração é vista como uma ajuda à corrida eleitoral de 9 de abril em que Netanyahu está em maus lençóis. O chefe do governo israelita visitará os Estados Unidos para a semana. Netanyahu, também no twitter, respondeu agradecendo a “ousadia” de Trump “numa altura em que o Irão procura usar a Síria como uma plataforma para destruir Israel.” Chamou-lhe mesmo “um milagre”.
As reações negativas internacionais não se fizeram esperar.
O governo sírio jurou recuperar o seu território invadido fazendo notar que “a nação síria está mais mais determinada a libertar esta peça preciosa do território nacional sírio através de todos os meios disponíveis”. O secretário geral da Liga Árabe sublinhou que Trump se colocou assim “para além da lei internacional”, reforçando o apoio à reivindicação territorial da Síria. O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, também disse que o seu país “apoia a integridade territorial Síria” e que o anúncio “apenas irá conduzir a mais violência na região.” O próprio Erdogan afirmou que “não podemos permitir a legitimação da ocupação”.
O Irão condenou-o como ilegal e inaceitável. E o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia também divulgou uma posição em que fustigava a declaração porque arrisca desestabilizar seriamente a região e viola as decisões das Nações Unidas.
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