Lutas

Trabalhadores dos bares da CP fazem greve e reúnem com ACT para exigir intervenção urgente

11 de junho 2025 - 13:47

FESAHT quer intervenção agilizada da ACT no caso do incumprimento do Acordo de Empresa por parte da ITAU. Trabalhadores promete continuar a lutar "até às últimas instâncias".

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Trabalhadores dos bares da CP
Concentração dos trabalhadores dos bares da CP. Fotografia de Esquerda.net

Os trabalhadores dos bares dos comboios de longo curso da Comboios de Portugal, contratados pela concessionária ITAU, entraram esta quarta-feira em greve para novamente protestar contra o incumprimento do Acordo de Empresa na sua integralidade. Durante esta manhã, estiveram concentrados à frente da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) onde se reuniram com inspetores para falar do seu caso. O dirigente do Bloco de Esquerda, Jorge Costa, esteve presente na concentração onde ouviu os trabalhadores e as suas exigências face à ACT.

Em causa está o não cumprimento da totalidade do Acordo de Empresa que os trabalhadores tinham assinado com a antiga concessionária, a NewRail. A ITAU ganhou o concurso de concessão do serviço dos bares dos comboios que começou a 1 de abril de 2025 e desde logo recusou-se a cumprir o acordo na integra. Logo em abril, os trabalhadores marcaram a primeira greve, seguida de uma segunda em maio e finalmente a greve de junho, que está marcada para os dias 11 e 12.

Os sindicatos já se reuniram com a ITAU e com a CP, mas em nenhum dos casos estas empresas se mostraram abertas a cumprir ou pressionar o cumprimento do Acordo de Empresa em vigor.

A moção que os trabalhadores entregaram à entidade pede a “intervenção urgente” face à postura da ITAU e exige o “respeito pelos direitos dos trabalhadores”. Na reunião com a ACT, os inspetores que receberam a delegação de trabalhadores comprometeu-se a fazer a ligação com a ITAU e a entregar a resposta da empresa à Federação dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo (FESAHT). Já houve dois pedidos de intervenção feitos à ACT sobre o não cumprimento do Acordo de Empresa.

Ao Esquerda.net, Sónia Henriques, trabalhadora dos armazéns dos bares da CP, sublinha que a ACT é a defensora das condições de trabalho e que é a entidade “que nos tem de ajudar de alguma forma” para que a ITAU “ponha a mão na consciência”.

“A resposta que tivemos da ACT é que iam tentar resolver, até agora nada. E já lá vão dois meses”, diz Sónia. A própria empresa concessionária não está “a fazer nada daquilo que tinha no contrato” e não está “a cumprir com os nossos direitos, que estavam no Acordo de Empresa”. Mas os trabalhadores dos bares de comboios prometem que vão “continuar a lutar até às últimas instâncias” e que vão para tribunal “se for preciso”.