Trabalhadores do JN lançam petição em defesa do jornal

01 de dezembro 2023 - 12:06

Perante o anúncio de despedimento coletivo, os jornalistas do Jornal de Notícias apelam ao apoio dos leitores e de todos os que prezam a liberdade de imprensa e de expressão, bem como a todas as personalidades e instituições do país. Petição reuniu mais de 3000 assinaturas em 24h.

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Os jornalistas do Jornal de Notícias (JN) foram confrontados com um anúncio de uma intenção de despedimento coletivo, a abranger 150 trabalhadores, no grupo pelo Global Media Group (GMG). Esta intenção, a ter um impacto mais gravoso na TSF e no JN, colocará em causa, de acordo com os profissionais, “um jornal de causas, com 135 anos de história de proximidade e de ligação às pessoas”

Os peticionários referem que, “talvez por estar sempre próximo dos outros, o Jornal de Notícias, mesmo nestes conturbados tempos para a Imprensa, apresenta anualmente resultados positivos, na ordem dos milhões de euros, e há muitos anos que se afirma nos lugares cimeiros do online”.

Mas, “mesmo com este capital económico e patrimonial, as pessoas que o fazem e que o leem, o JN não é uma prioridade para a nova administração do Global Media Group (GMG)”, escrevem.

Os jornalistas alertam que um corte de 40 profissionais na redação do JN, que, entre a sede no Porto e a delegação de Lisboa, tem cerca de 90 profissionais, “será a morte” do título “como o conhecemos e a destruição da ligação centenária às pessoas, às instituições e aos territórios”.

“Se esta impensável decisão avançar, o título até pode sobreviver mais um ano ou outro, mas nunca será capaz de continuar a fazer a diferença”, acrescentam.

Na petição, é deixado um apelo ao apoio “dos leitores e de todos os que prezam a liberdade de imprensa e de expressão, bem como a todas as personalidades e instituições do país”.

A apresentação do plano de reestruturação do GMG está a ser apontada para a próxima semana.

Na última sexta-feira, a redação do JN solicitou à administração do grupo “o cabal esclarecimento, até ao final da manhã da próxima quarta-feira, dia 29 de novembro, sobre o que pretende efetivamente levar a cabo”.

Em resposta, o presidente executivo do grupo, José Paulo Fafe, foi perentório: “Era o que mais faltava, responder a ultimatos”. O plano de reestruturação “ainda está a ser estudado” e “quando estiver fechado será comunicado à totalidade dos trabalhadores”, afirmou o gestor ao +M.