Nos próximos dias 12 e 13 de agosto, terça e quarta-feira, os trabalhadores da unidade de Almeirim da Sumol/Compal vão estar em greve, acompanhada de uma concentração na rotunda da Avenida João I, Parque zona norte, perto das instalações da empresa, no primeiro dia.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Sectores Alimentar, Bebidas, Agricultura, Aquicultura, Pesca e Serviços Relacionados apresenta como principais reivindicações que levam ao protesto a necessidade de aumentos dos salários sem discriminação”; de negociação da contratação coletiva da indústria das águas e dos sumos, parada desde 2009, celebração de um acordo de empresa, 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores, redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, negociação do caderno reivindicativo para 2025, fim ao uso dos processos disciplinares para despedimentos a “custo zero”, atualização do subsídio de refeição para 9.20 euros, do subsídio de turno fixo e do valor das horas noturnas, paridade salarial, fim da argumentação do subsídio de harmonização para não aumentar salários, valorização da carreira profissional e atualização das categorias profissionais.
O defende que esta é uma resposta à “necessidade urgente de respeito, dignidade no trabalho e melhoria das condições laborais” e que a união é “fundamental para conquistar melhores condições de trabalho”.
Os trabalhadores da Sumol/Compal têm recorrido à greve na tentativa de ver aceites estas suas reivindicações. Em maio passado, os trabalhadores da unidade de Almeirim tinha já recorrido à greve para se fazer ouvir.
Nessa ocasião, o dirigente sindical Paulo Fernandes tinha avançado ao Esquerda.net que desde a fusão da empresa, em 2008, que a perda de poder de compra daqueles trabalhadores piora, tendo explicado os problemas que sofrem por causa dos turnos: “até à entrada da troika recebíamos o subsídio noturno a 50%, logo aí começámos a ter uma perda para 37%. Todas as semanas rodamos, e temos muita malta que se vai embora, inclusivamente malta nova, porque não estão a aguentar. Não se sentem remunerados para trabalhar à noite, porque conseguem ganhar o mesmo a trabalhar de dia. E depois é o desgaste psicológico”.
Legislativas 2025
Na greve da Sumol+Compal, Mariana defendeu valorização do trabalho por turnos
Mariana Mortágua tinha marcado presença então na paralisação, destacando que estes trabalhadores recebem um salário próximo do salário mínimo e não conseguem aumentos salariais e defendendo medidas como a obrigatoriedade do subsídio de refeição, “um subsídio de turno à altura do seu esforço” e o reforço da contratação coletiva.
Mas nem só os trabalhadores de Almeirim têm protestado. Também os da unidade de Pombal têm recorrido à greve, a últimas das quais em junho. A dirigente sindical Mariana Rocha, coordenadora da União dos Sindicatos do Distrito de Leiria, fez então um balanço “positivo” com os trabalhadores “unidos”, “firmes” e a prometer “se a empresa não ceder, voltar à luta”. Na altura, os trabalhadores tinham elaborado um documento que que a administração da Sumol+Compal “cumpra a sua parte no que respeita à sua responsabilidade social (…) na distribuição da riqueza de forma mais justa, num maior respeito pelos trabalhadores, por aqueles que criam riqueza”.