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TAP: administração planeia despedir mais 2 mil trabalhadores

Desde março, a transportadora despediu mais de mil trabalhadores e cortou salários. O plano de reestruturação que o Governo irá levar a Bruxelas prevê o despedimento de mais 2 mil trabalhadores e cortes salariais de pelo menos 20%. Sindicatos arrasam o plano. 
"São cenários catastróficos, de alguém que tenta destruir a empresa e não dos que tentam salvar a empresa", dizem os sindicatos.
"São cenários catastróficos, de alguém que tenta destruir a empresa e não dos que tentam salvar a empresa", dizem os sindicatos. Foto de Nicky Boogaard, via Flickr.

A TAP irá avançar com o despedimento de mais de 2 mil trabalhadores, e cortes salariais na ordem dos 20% a todos os restantes funcionários, sejam de terra, tripulantes ou pilotos, revela o semanário Expresso.

Os cortes fazem parte do plano de reestruturação que a administração da empresa, liderada pelo ex-deputado do PSD, Miguel Frasquilho, irá entregar ao acionista maioritário, o Estado, e terá de ser apresentado e defendido pelo Governo em Bruxelas no prazo de duas semanas.

A administração da empresa contratou a consultora BCG e o Deutsche Bank para a elaboração do plano que, inclui mecanismos ainda pouco detalhados que funcionarão como chantagem sobre os sindicatos, nomeadamente uma opção entre mais despedimentos ou cortes salariais mais duros. 

É já assumido que a administração pediu autorização para mexer nos acordos da empresa, recorrendo ao mecanismo de suspensão da regulação coletiva prevista no Código de Trabalho para momentos de crise.

Os sindicatos da aviação arrasam o plano de reestruturação. Para as estruturas representativas dos trabalhadores da empresa, as medidas vão agravar ainda mais a situação da empresa.

À TSF, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) José de Sousa, considera que, a confirmar-se estes valores, "são cenários catastróficos, de alguém que tenta destruir a empresa e não dos que tentam salvar a empresa".

"Nós não conhecemos ninguém fisicamente que o queira fazer, contudo, há grupos de pressão que todos sabemos, porque são públicos e visíveis, que se manifestam associando até a TAP ao Novo Banco, uma tontice completa quando se colocam as coisas nesses termos", acrescenta.

Em declarações à Antena 1, o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) relembra que, desde março, saíram da transportadora cerca de mil trabalhadores. “Os tripulantes já perderam cerca de cinco salários este ano, já perderam [o emprego] mais de mil tripulantes de cabine”.

E promete contestar o plano do governo. “Não sei onde é que a TAP quer chegar, porque reduzidos já os salários estão. Desde março que a TAP não vem fazendo outra coisa senão a redução destes salários”, declarou ainda.

 

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