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"Somos contra os LGBT": Erdogan apela ao voto religioso para evitar derrota

As eleições de 14 de maio podem ditar o fim do regime de Erdogan, que nos últimos anos atacou opositores e promoveu uma autêntica purga no aparelho de estado na sequência da tentativa de golpe falhada em 2016. As sondagens dão um empate técnico entre o atual presidente e o candidato apoiado pelos principais partidos da oposição, Kemal Kilicdaroglu.
Esta quinta-feira, num comício na cidade de Giresun, junto ao Mar Negro, Erdogan desferiu novos ataques à oposição, desta vez a propósito do seu apoio a causas como os direitos das mulheres e LGBTQI+. "Somos contra os LGBT", afirmou Erdogan, citado pela Reuters, acrescentando que "para nós a família é sagrada. Uma família forte significa uma nação forte. Não importa o que façam, para nós Deus basta".
Na reta final da campanha, Erdogan procura polarizar o voto religioso a seu favor. "Ele tenta mais uma vez unir as massas ao seu redor atiçando guerras culturais contínuas", diz à Reuters o diretor do programa para a Turquia do Instituto do Médio Oriente, Gonul Tol.
Com esta radicalização no discurso, o presidente turco procura desviar as atenções do seu legado de crise económica, repressão e incompetência na resposta ao mortífero terramoto de fevereiro que fez mais de 50 mil vítimas. Mas também da especulação acerca do seu estado de saúde, após ter-se retirado da campanha durante três dias e interrompido uma entrevista em direto na tv por se sentir indisposto.
Desde então, o seu palco favorito de campanha são as mesquitas, onde afirma que a oposição irá encerrar a autoridade religiosa estatal Diyanet e ataca a comunidade LGBTQI+, que classifica de "pervertidos" e contaminados por "vírus".
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